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Há mais de uma década, a quinta-feira do carnaval é informalmente dedicada ao 'pai' dos ritmos brasileiros. Este ano, a tradição foi alterada

Folhapress
A quinta do samba, agora é de trios sem corda (Divulgação)
A quinta do samba agora é de trios sem corda (Divulgação)

A presença de Bell Marques e Ivete Sangalo em trios elétricos sem corda no Circuito do Campo Grande, na noite desta quinta-feira (4), em Salvador, descontentou os representantes dos blocos de samba. Há mais de uma década, a quinta-feira antes do Carnaval é informalmente dedicada ao mais tradicional dos ritmos brasileiros.
Para o presidente da União dos Blocos de Samba da Bahia (Unesamba), José Luiz Lopes, o Arerê, os shows prejudicaram as vendas dos blocos que desfilam nesta quinta. “Somando-se à crise, ainda tivemos que lidar com isso. Com Bell e Ivete de graça, muita gente deixou de comprar o abadá. Não tenho nada contra axé, mas perdemos 20% dos nossos foliões”, disse.
Ao todo, oito blocos de samba desfilarão pelo Circuito Osmar. Os abadás para curtir atrações como Xande de Pilares, Nelson Rufino, entre outros sambistas, custam entre R$ 80 e R$ 200 por dia.
Considerados artistas de primeiro escalão do Carnaval de Salvador, os cantores Bell Marques (ex-Chiclete com Banana) e Ivete Sangalo fazem a festa do folião pipoca, a partir das 17h.
Patrocinados por empresas mediadas pelo governo do estado, os artistas comandam alguns dos blocos mais caros da folia baiana. O abadá do bloco Camaleão, capitaneado por Bell e que não desfila no Campo Grande, custa em média R$ 800/dia. Já o Coruja, de Ivete Sangalo, desfilará no domingo com a artista no Circuito Osmar, a preços que variam de R$ 600 a R$ 1.200.
Em sua página oficial do Twitter, o governador Rui Costa (PT) disse que a presença de artistas de peso sem cordas faz parte do seu compromisso de democratizar o carnaval.
 
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