Após depoimento, jovem saiu de delegacia com rosto coberto. Pai do bebê disse que enxoval estava pronto e que não entendeu porque a mulher inventou sumiço da criança (Foto: Reprodução/TV Santa Cruz).
Uma jovem de 21 anos que estava com parto marcado para esta quarta-feira (18), no município de Ilhéus, surpreendeu familiares e o pai da criança após aparecer sem a barriga e forjar o sumiço do bebê para a polícia.
De acordo com a delegacia do município, a jovem de prenome Fernanda, que estaria grávida de nove meses, contou três versões para explicar o desaparecimento do bebê. A mulher chegou a mobilizar equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Na terça-feira, um dia antes do parto, Fernanda apareceu sem a barriga depois de dizer que iria visitar uma amiga. O pai da criança, o DJ Neto Nogueira, prestou queixa na delegacia. Ele disse que estava separado de Fernanda desde o início da gravidez e queria entender porque ela tinha sumido com a criança.
“Todo mundo da família já estava esperando. O enxoval estava todo completo, tudo pronto e acontece isso”, afirmou.
Parentes de Fernanda também disseram que todos estavam na expectativa pelo nascimento do menino, que se chamaria Anthony Gabriel. Os familiares contaram ainda que também acompanharam os primeiros meses de gestação.
Na delegacia, uma das versões contadas por Fernanda foi que ela teve o bebê numa praia da cidade e que depois jogou a criança no mar. A polícia acionou o Corpo de Bombeiros, que fez buscas pela praia da Avenida Soares Lopes por cerca de três horas, mas a criança não foi localizada.
“Inicialmente, ela disse que tinha sido atropelada e que o Samu a socorreu e tinha levado a criança para algum lugar. Mas isso caiu por terra, não foi confirmado. Depois, ela disse que pariu a criança na praia e jogou o bebê no mar. Mobilizamos Corpo de Bombeiros e a polícia. Eu também fui no local pessoalmente. Ela demostrava estar abalada e chegou a desmaiar na sala da delegacia, e a gente chamou o Samu”, afirmou a delegada Darlúcia Palafoz, que apura o caso.
Fernanda, então, foi encaminhada ao Departamento de Polícia Técnica (DPT) da cidade para ser submetida a um exame, com a finalidade de confirmar se realmente o bebê tinha nascido recentemente, mas o resultado deu negativo. O exame não encontrou vestígios de parto e nem aborto recentes, segundo a polícia.
Segundo a delegada, depois do exame, Fernanda contou a terceira versão. “Ela informou que o pai da criança, que tem outro relacionamento, não quis assumir essa criança e quis que ela abortasse. Ela disse que se aborreceu muito. Ela disse que queria ter a criança, mas que depois mudou de ideia. Agora, ninguém sabe quando foi que ela perdeu ou abortou esse bebê”, destacou. A polícia não soube informar, no entanto, porque a moça continuou forjando a gravidez após supostamente ter perdido ou abortado a criança.
De acordo com a polícia, caso seja confirmado que Fernanda provocou a morte do feto, ela responderá pelo crime de aborto. Após o depoimento, a jovem foi liberada da delegacia para responder o processo em liberdade. Um inquérito foi aberto, e a polícia tem 30 dias para concluir as investigações.
