O silêncio interior é, antes de tudo, o mais necessário e imprescindível para o ser humano
Muito me incomoda, em nossos tempos modernos, o barulho generalizado, ou seja, a falta de silêncio interior e exterior também para podermos rezar, tomar decisões, escutar a Deus, a si mesmo e aos outros. Outro dia, fui ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida e li, numa das colunas internas do santuário, o apelo: “Silêncio é também oração!”. Parece que, diante de tudo que vivemos, é necessário falar o tempo todo. Pouco se faz silêncio. Um dos motivos, penso eu, é que, na verdade, nós temos medo do que vamos ouvir, por isso, o silêncio nos incomoda tanto.
É verdade que o silêncio é imprescindível para rezar, mas não só para isso. Para qualquer diálogo é preciso escutar, calar e ouvir o outro. Nós aprendemos a falar, porque escutamos nossos pais e irmãos falando e começamos a dizer as primeiras palavras. É necessário escutar bem para falar bem e na hora certa. É necessário ouvir para aprender. Silenciar para se ter coragem para reconhecer o homem interior. É uma viagem tão pequena a que se faz da mente ao coração, mas nós temos um medo muito grande de realizá-la, porque não sabemos o que vamos encontrar. Muitas vezes, porque o sabemos, não temos coragem de nos recolher no coração e nos deparar com alguns monstros bem conhecidos.
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