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Sessenta presos morreram no massacre em presídio de Manaus.
A polícia ainda tenta recapturar mais de 140 presos que fugiram.

Ruthiene BindáManaus
A polícia do Amazonas tenta recapturar mais de 140 presos que fugiram de penitenciárias do estado. As fugas ocorreram no domingo (1º) e na segunda-feira (2), depois de rebeliões que resultaram em 60 mortes, em um dos episódios mais brutais da história das cadeias brasileiras. Os chefes dos motins ainda não foram identificados.
Até o início da tarde dessa terça-feira (3), não havia uma lista oficial com os nomes das vítimas. Familiares ainda esperam a identificação dos corpos.

Rebelião
Foram 16 horas de rebelião no maior presídio do Amazonas, o Complexo Penitenciário Anísio Jobim. De acordo com o último levantamento, 56 presos foram assassinados no local. Na tarde de segunda, estourou um outro motim, dessa vez na Unidade Prisional do Puraquequara, onde mais quatro presos morreram.
Na noite de domingo, o juiz da Vara de Execuções Penais do Estado, Luis Carlos Valois, entrou no Complexo Penitenciário Anísio Jobim. Em uma rede social, ele contou o que encontrou lá dentro. O juiz disse que viu muitos corpos, parecendo que morreram entre 50 e 60 presos, mas que era difícil afirmar o número exato porque muitos estavam esquartejados. Ele disse que nunca viu nada igual.
Mais tarde, o juiz usou a mesma rede social para se defender de críticas divulgadas na imprensa de que ele seria suspeito de ligação com uma facção criminosa no Amazonas. Luis Carlos admitiu a existência de uma investigação da Polícia Federal contra ele, mas negou as acusações dizendo que foi até o presidio a pedido do próprio secretário de Segurança do Amazonas e que ajudou a salvar vários reféns.
Além do massacre, houve fuga em massa em dois presídios do estado. Setenta e dois presos escaparam do Instituto Prisional Antônio Trindade e 112 do Complexo Anísio Jobim. Um desses fugitivos também usou rede social para divulgar a fuga, na mata. Em uma foto, ele aparece com outros presos comendo jaca. Brayan Bremer, que foi condenado a sete anos de cadeia por tráfico de drogas, já foi recapturado. Outros 40 fugitivos também já voltaram para a prisão.
No Instituto Médico Legal de Manaus, que só tem capacidade para 20 corpos, estão todos os 60 presos mortos nas duas rebeliões. Familiares fazem plantão do lado de fora à espera da liberação dos corpos.
A Secretaria de Segurança do Estado transferiu, na noite de segunda-feira, 130 presos das três unidades amotinadas para a cadeia Raimundo Vidal Pessoa, que estava desativada por recomendação do Conselho Nacional de Justiça.
Também na noite de segunda, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, se reuniu com o governador José Melo, do Pros, que pediu a transferência dos chefes das facções criminosas para presídios federais: "Imediatamente colocamos à disposição, porque é importante nesses casos para auxiliar a transferência das lideranças. A Polícia Civil ordenou inquérito policial para identificar as lideranças. Já há indícios de lideranças que coordenavam de dentro dos presídios e participaram desses homicídios. Identificados, haverá o pedido de transferência para os presídios federais".
A polícia do Amazonas tenta recapturar mais de 140 presos que fugiram de penitenciárias do estado. As fugas ocorreram no domingo (1º) e na segunda-feira (2), depois de rebeliões que resultaram em 60 mortes, em um dos episódios mais brutais da história das cadeias brasileiras. Os chefes dos motins ainda não foram identificados.
Até o início da tarde dessa terça-feira (3), não havia uma lista oficial com os nomes das vítimas. Familiares ainda esperam a identificação dos corpos.

Rebelião
Foram 16 horas de rebelião no maior presídio do Amazonas, o Complexo Penitenciário Anísio Jobim. De acordo com o último levantamento, 56 presos foram assassinados no local. Na tarde de segunda, estourou um outro motim, dessa vez na Unidade Prisional do Puraquequara, onde mais quatro presos morreram.
Na noite de domingo, o juiz da Vara de Execuções Penais do Estado, Luis Carlos Valois, entrou no Complexo Penitenciário Anísio Jobim. Em uma rede social, ele contou o que encontrou lá dentro. O juiz disse que viu muitos corpos, parecendo que morreram entre 50 e 60 presos, mas que era difícil afirmar o número exato porque muitos estavam esquartejados. Ele disse que nunca viu nada igual.
Mais tarde, o juiz usou a mesma rede social para se defender de críticas divulgadas na imprensa de que ele seria suspeito de ligação com uma facção criminosa no Amazonas. Luis Carlos admitiu a existência de uma investigação da Polícia Federal contra ele, mas negou as acusações dizendo que foi até o presidio a pedido do próprio secretário de Segurança do Amazonas e que ajudou a salvar vários reféns.
Além do massacre, houve fuga em massa em dois presídios do estado. Setenta e dois presos escaparam do Instituto Prisional Antônio Trindade e 112 do Complexo Anísio Jobim. Um desses fugitivos também usou rede social para divulgar a fuga, na mata. Em uma foto, ele aparece com outros presos comendo jaca. Brayan Bremer, que foi condenado a sete anos de cadeia por tráfico de drogas, já foi recapturado. Outros 40 fugitivos também já voltaram para a prisão.
No Instituto Médico Legal de Manaus, que só tem capacidade para 20 corpos, estão todos os 60 presos mortos nas duas rebeliões. Familiares fazem plantão do lado de fora à espera da liberação dos corpos.
A Secretaria de Segurança do Estado transferiu, na noite de segunda-feira, 130 presos das três unidades amotinadas para a cadeia Raimundo Vidal Pessoa, que estava desativada por recomendação do Conselho Nacional de Justiça.
Também na noite de segunda, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, se reuniu com o governador José Melo, do Pros, que pediu a transferência dos chefes das facções criminosas para presídios federais: "Imediatamente colocamos à disposição, porque é importante nesses casos para auxiliar a transferência das lideranças. A Polícia Civil ordenou inquérito policial para identificar as lideranças. Já há indícios de lideranças que coordenavam de dentro dos presídios e participaram desses homicídios. Identificados, haverá o pedido de transferência para os presídios federais".
Problemas no sistema prisional
Para evitar novas rebeliões, fugas e mortes em unidades prisionais do Amazonas, o governador José Melo anunciou um pacote de medidas de prevenção. Uma delas é que o contingente da Polícia Militar vai passar a fazer parte do sistema penitenciário para evitar a entrada de celulares, armas e outros objetos proibidos nos presídios.
Nessa terça-feira (3), começou o trabalho de identificação de quem comandou a rebelião, que até agora a polícia não conseguiu concluir.
Uma força-tarefa foi montada para acompanhar o caso. A informação foi repassada pelo secretário de Segurança Pública do Estado durante uma reunião com o ministro da Justiça. "Vamos continuar com a prioridade de recapturar os presos. Não existe presídio no Brasil que não tenha ameaça de rebelião, exceto pelos federais”, afirma Sérgio Fontes, secretário de Segurança Pública, do Amazonas.

Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do Amazonas, o Complexo Penitenciário Anísio Jobim abrigava 1224 detentos, mas a capacidade é para 454. A situação do sistema prisional no estado é caótica. São 3129 vagas para 10356 detentos.
O excedente é de quase o triplo e esse está longe de ser o único problema. Atualmente, o sistema carcerário do Amazonas é operado por uma parceria público-privada com o consórcio Pamas, que venceu licitação para explorar o serviço por 27 anos em cinco presídios. Entre eles, está o presídio onde ocorreu o massacre. Foi o único a participar da licitação.

Uma das empresas do consórcio é a Umanizzare, que recebeu mais de R$ 28 milhões em 2013, R$ 137 milhões em 2014 e mais de R$ 70 milhões em 2015. Os dados são do Portal da Transparência.
Repercussão
A rebelião em Manaus repercutiu na imprensa mundial. Apesar de dizerem que o Brasil tem um histórico de motins por causa das péssimas condições dos presídios, os jornais tratam o caso com incredulidade. Veja no vídeo abaixo:
 
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