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Ex-palhaço Bozo diz que sofreu assédio sexual de diretor da Globo no início da carreira
Foto: Divulgação
Um dos mais carismáticos intérpretes do palhaço Bozo nos anos 1980, Arlindo Barreto viu sua vida quase ser destruída pela cocaína, droga que hoje nega ter usado durante o trabalho no SBT. Depois de vários tratamentos, largou o vício e se converteu a religião evangélica. Hoje, 30 anos depois, vive como pastor, rodando pelo país e verá sua história retratada no cinema. 

Interpretado no filme por Vladimir Brichta, Barreto fará uma ponta na produção incorporando Silvio Santos. Em entrevista ao site Notícias da TV, o ex-palhaço contou que sofreu assédio sexual na Rede Globo no início da carreira. "Esse diretor global, que já morreu, queria que eu transasse com ele em troca de um papel. Nada contra, mas não sou gay. Eu o xinguei, o acusei de usar seu cargo para manipular as pessoas e ele me disse que eu nunca mais entraria na Globo. Ali, prometi que bateria na audiência da emissora um dia. Cinco anos depois, eu virei o Bozo e batia a audiência da Globo", revela.

Quando perguntado sobre datas, ele desconversa: "Não sei. Fumava muita maconha, mas muita maconha mesmo. Naquela época, meu cérebro deixou de funcionar para datas", afirmou. Antes virar o Bozo, ele fez muita pornochanchada.  "Cansei de correr pelado pelas ruas de São Paulo. Fazia comédia nu, mas cansei daquilo. Ser ator é fácil, chorar é fácil. Tony Ramos é sempre Tony Ramos nas novelas. O difícil é fazer rir", opina.

Para piorar, Barreto tem a língua solta. Certo dia, no SBT, cutucou a Globo no ar ao cantar uma música com o nome de Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, na época diretor de operações da emissora) e foi suspenso por uma semana. "Tirei o sarro porque estávamos indo muito bem de audiência e porque sou palhaço! O que fiz foi errado. Silvio Santos é uma pessoa muita ética e cobra isso e seus funcionários. Errei, mas fui pra praia. Foram minhas primeiras férias após um tempo", diverte-se.

Assim como outro intérprete do palhaço Bozo, o ator Marcos Pajé
, Arlindo Barreto perdeu a conta dos problemas que enfrentou por conta da droga. "Fiz vários tratamentos pagos pelo SBT, mas não adiantava. Minha alma é que estava doente". Ele quer mesmo é falar do presente. Aliás, essa foi uma das condições para ceder os direitos de sua imagem ao filme O Rei das Manhãs, estrelado por Brichta.

"No contrato, está estipulado que uma parte do longa [25%] tem que abordar a virada da minha vida. Passei por muita coisa. Tive problemas com drogas, mas me recuperei, pedi perdão a quem magoei e vivo disseminando a palavra de Deus”, argumenta. Ele elogia a escolha de Vladimir Brichta para interpretá-lo. “Achei ótimo. Ele é bonito como eu era quando jovem”, finaliza.
 
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