Após confusão, Mocidade Alegre é campeã do Carnaval de São Paulo

Somente na noite de ontem (21), após reunião de dirigentes e organizadores, foi divulgado o resultado do Carnaval de São Paulo. A campeã de 2012 foi a Mocidade Alegre, que homenageou o escritor Jorge Amado. Eles decidiram manter o placar de antes da confusão que encerrou a apuração.
O sambódromo paulistano foi palco de agressões, tumulto e até carro alegórico queimado, durante a apuração do resultado do Carnaval. Cinco pessoas foram presas. Quando faltavam somente duas notas do quesito comissão de frente para que a campeã fosse conhecida, um integrante da Império de Casa Verde invadiu a área restrita, agrediu o locutor com um chute, tomou os papéis com as notas dos jurados e fugiu.
Membros de outras escolas, entre elas Gaviões da Fiel, Vai-Vai e Camisa Verde e Branco, também pularam as grades e passaram a jogar para o alto os papéis com as notas.
A confusão de alastrou na saída do Anhembi, na zona norte. Membros da Gaviões da Fiel chegaram a fechar uma das pistas da marginal Tietê. Alguns objetos foram jogados na área de dispersão, onde estão guardados os carros que desfilaram na sexta-feira e no sábado.
Um carro da escola Pérola Negra queimou por inteiro. O fogo só não se espalhou porque funcionários da prefeitura e bombeiros foram rápidos.
A apuração já havia começado tensa. As escolas foram informados de uma troca de jurados. Segundo a Liga das Escolas de Samba, jurados de samba-enredo e mestre-sala e porta-bandeira foram trocados por suplentes na quinta, o que é previsto nas regras.
A maioria das escolas, porém, reclamou e apontou benefício à Mocidade Alegre.
Só dois presos tiveram os nomes divulgados: Tiago Ciro Tadeu Faria, 29, integrante da Império de Casa Verde que deflagrou a confusão, e Cauê Ferreira, de 20 anos, da Gaviões.
Eles serão indiciados sob suspeita de dano ao patrimônio e supressão de documentos. Os crimes são inafiançáveis. Somadas, as penas podem chegar a nove anos de detenção.
Em depoimento, Tiago disse que, após a troca de jurados, houve acordo informal entre as escolas para que não houvesse rebaixadas. Por isso, afirmou, ele deu início à confusão. Os dirigentes não comentaram a declaração.