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Luiz Caldas, o "rei do axé", rejeita rótulos. O cantor e compositor faz 50 anos no dia 19 ("no Wikipedia a data tá errada, tem que consertar"). Ele será tema de biografia e filme em 2013. Neste ano, promete também lançar um álbum por mês. Adepto da ioga e sem beber nem fumar há dez anos, busca "longevidade". "Quero ser um senhor como Mick Jagger."
Folha - E os planos para 2013?
Luiz Caldas - Vou aniversariar e eu que dou presente: liberarei [na internet] 12 discos, 150 músicas inéditas. Algumas com Gero Camilo, Chico César, Lenine, André Abujamra. Tem um filme de Abujamra e Ninho Moraes sobre mim. E uma biografia por César Rasec, o mesmo de [livro sobre] Jorge Mautner.
 
Acha que a música baiana, hoje, é das mulheres?
O que é interessante, pra mim, é que criei uma coisa, como o rock. E Ivete chegou a ser uma das maiores vendedoras do planeta cantando axé. Fico muito orgulhoso.
 
Como vê o movimento atual?
Não gosto de chamar música de movimento, isso gera coisa de marketing, mais do que arte. E não tenho grilo musical. Estou fazendo um disco de jazz com o pianista americano Bill Anschell. Já toquei com Seu Jorge. Sou compositor de chorinho, tenho show de blues. Meu rótulo é um só: música. E dou risada pra caramba quando vejo na internet 'mash-up' [fusão] de uma música minha com uma de Jay-Z. Ficou o maior suingue ele tocando em cima do meu ritmo.
 
Existe preconceito com axé?
Acho cinismo. Quando perguntam se a pessoa está afim de comprar avião, todo mundo quer [vender]. Todos os cantores famosos de axé têm avião. O Brasil é brega, já nasceu assim, desde o tempo de Odair José. Quem não ama Amado Batista?
 
E você, comprou seu avião?
Se tivesse grana, compraria outra coisa. Mas eu tenho basicamente tudo o que quero da parte materialista: casa grande, um puta estúdio. Preciso é de inspiração, e graças a Deus está rolando.
 
Você pinta as unhas.
A minha vaidade é meio narcisista. Olho pro espelho e, se tiver bem pra mim, que se exploda o mundo. Aprendi isso praticando ioga. Não como nenhum animal nem bebo ou fumo. Estou atrás de longevidade. Quero ser um senhor como Mick Jagger, um cara elegante como Caetano e Gilberto Gil, sabe?
 
E a questão da bissexualidade na axé music?
Dá quem quiser. E quem aceitar que faça bom proveito. Não vigio. Já eu estou casado há mais de 30 anos e tenho três filhos. (Mônica Bergamo)

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