Divulgação TV GloboMOSTRAR MINIATURAS
Por MÁRCIO OGATA
SÃO PAULO - Mais de oito meses depois, “Amor à Vida” chegará ao fim na noite desta sexta-feira (31). O saldo da novela, que marcou a estreia de Walcyr Carrasco no horário nobre da Globo, é positivo. Polêmicas, erros de continuação, atores reclamando do rumo de seus personagens também definem o folhetim. Mas, como afirma o próprio autor, ele conseguiu transmitir a sua mensagem.
''Tratei de violência contra a mulher, de transplante de órgãos, de barriga solidária, de muitos assuntos sérios e importantes. Acho que consegui tocar o coração do público. Mas não há como ir fundo, é uma novela e o horário também impõe restrições”, disse, ao fazer um balanço da trama.
Entre tantos temas abordados em “Amor à Vida”, sem dúvida alguma a homofobia foi o mais explorado. Para Walcyr, seu objetivo ao falar a respeito do assunto foi alcançado.
“Tenho tido muitos testemunhos pessoais, de gays que passaram a ser aceitos por suas famílias a partir do debate sobre o tema na novela. Principalmente porque meu foco não foi a homoafetividade em si, mas as relações estabelecidas na família, entre pais e filhos, e o desejo de adotar ou ter um filho por inseminação artificial.”
E ir além da homoafetividade foi um mérito da novela. Afinal, nunca houve na dramaturgia brasileira um vilão como Félix. Um vilão gay, diga-se de passagem, interpretado brilhantemente por Mateus Solano. O novelista teve a coragem de mostrar que existem pessoas boas e ruins, independentemente de cor, classe social e sexualidade. Walcyr, aliás, não poupou elogios ao artista.
''Foi um prazer trabalhar para ele. Se o Mateus falou três cacos a novela inteira foi muito. Ele respeitou o texto. E fez bem demais o papel. O grande ator da televisão brasileira naquela faixa etária é ele'', afirmou.
O escritor confessou, inclusive, que o mau caráter tem um pouco do próprio autor.
“Sentirei uma falta profunda, não nego, de Félix e da relação com seu pai, César (Antônio Fagundes). Quando me entrevistam, costumo dizer que gosto de todos os personagens, porque, em alguma medida, eles refletem uma parte de mim. E, através de Félix, exercitei minha verve ao longo de meses. Tenho um lado irônico, por que não dizer venenoso. Com Félix, me diverti. Pelas palavras do personagem, disse o que tenho vontade de responder em milhares de situações”, declarou.
Com todas as tramas já solucionadas, o grande “mistério” para este último capítulo tem a ver com o grande casal do folhetim. Não, nada de Paloma (Paolla Oliveira) e Bruno (Malvino Salvador). E sim com Félix e Niko (Thiago Fragoso).
Será que finalmente uma novela de horário nobre da Globo vai exibir o tão falado beijo gay? As cenas teriam sido gravadas na quinta-feira (30).
Uma delas seria um singelo selinho; a outra um grande beijo entre os atores. E por fim, talvez a cena que deverá ir ao ar: um longo carinho entre os dois personagens.
Claro que beijo gay não é mais novidade na TV brasileira e nem na sociedade. Mas seria um desfecho importante para uma trama como “Amor à Vida”. É a chance de quebrar um velho paradigma.
SÃO PAULO - Mais de oito meses depois, “Amor à Vida” chegará ao fim na noite desta sexta-feira (31). O saldo da novela, que marcou a estreia de Walcyr Carrasco no horário nobre da Globo, é positivo. Polêmicas, erros de continuação, atores reclamando do rumo de seus personagens também definem o folhetim. Mas, como afirma o próprio autor, ele conseguiu transmitir a sua mensagem.
''Tratei de violência contra a mulher, de transplante de órgãos, de barriga solidária, de muitos assuntos sérios e importantes. Acho que consegui tocar o coração do público. Mas não há como ir fundo, é uma novela e o horário também impõe restrições”, disse, ao fazer um balanço da trama.
Entre tantos temas abordados em “Amor à Vida”, sem dúvida alguma a homofobia foi o mais explorado. Para Walcyr, seu objetivo ao falar a respeito do assunto foi alcançado.
“Tenho tido muitos testemunhos pessoais, de gays que passaram a ser aceitos por suas famílias a partir do debate sobre o tema na novela. Principalmente porque meu foco não foi a homoafetividade em si, mas as relações estabelecidas na família, entre pais e filhos, e o desejo de adotar ou ter um filho por inseminação artificial.”
E ir além da homoafetividade foi um mérito da novela. Afinal, nunca houve na dramaturgia brasileira um vilão como Félix. Um vilão gay, diga-se de passagem, interpretado brilhantemente por Mateus Solano. O novelista teve a coragem de mostrar que existem pessoas boas e ruins, independentemente de cor, classe social e sexualidade. Walcyr, aliás, não poupou elogios ao artista.
''Foi um prazer trabalhar para ele. Se o Mateus falou três cacos a novela inteira foi muito. Ele respeitou o texto. E fez bem demais o papel. O grande ator da televisão brasileira naquela faixa etária é ele'', afirmou.
O escritor confessou, inclusive, que o mau caráter tem um pouco do próprio autor.
“Sentirei uma falta profunda, não nego, de Félix e da relação com seu pai, César (Antônio Fagundes). Quando me entrevistam, costumo dizer que gosto de todos os personagens, porque, em alguma medida, eles refletem uma parte de mim. E, através de Félix, exercitei minha verve ao longo de meses. Tenho um lado irônico, por que não dizer venenoso. Com Félix, me diverti. Pelas palavras do personagem, disse o que tenho vontade de responder em milhares de situações”, declarou.
Com todas as tramas já solucionadas, o grande “mistério” para este último capítulo tem a ver com o grande casal do folhetim. Não, nada de Paloma (Paolla Oliveira) e Bruno (Malvino Salvador). E sim com Félix e Niko (Thiago Fragoso).
Será que finalmente uma novela de horário nobre da Globo vai exibir o tão falado beijo gay? As cenas teriam sido gravadas na quinta-feira (30).
Uma delas seria um singelo selinho; a outra um grande beijo entre os atores. E por fim, talvez a cena que deverá ir ao ar: um longo carinho entre os dois personagens.
Claro que beijo gay não é mais novidade na TV brasileira e nem na sociedade. Mas seria um desfecho importante para uma trama como “Amor à Vida”. É a chance de quebrar um velho paradigma.
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