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Luiz Caldas critica postura de Netinho ao ‘decretar’ fim do Axé: ‘É fazer e ir trabalhar’

Luiz Caldas critica postura de Netinho ao ‘decretar’ fim do Axé: ‘É fazer e ir trabalhar’
Foto: Reprodução / O que fazer na bahia
É fato que a tão falada “crise do Axé” não é mais novidade. Depoimentos emocionados, saudosos e, por que não dizer, raivosos surgem de todos os cantos. Tem gente que vê a indústria musical como roda-gigante, ou seja, uma hora “você está por cima”, mas rapidamente pode descer. Outros decretam com firmeza o fim, a exemplo do cantor Netinho que, em recente entrevista, declarou: “Na minha cabeça o Axé morreu, faleceu. Fora da Bahia só toca se for especial. Há muitos anos não se toca Axé” (relembre).  Diante de diversas opiniões, uma pessoa não poderia ficar de fora: Luiz Caldas. Considerado criador dessa sonoridade híbrida, o multi-instrumentista, cantor e compositor, que escancarou as portas para diversos outros artistas, discordou desse posicionamento. “Veja bem, continuo trabalhando normalmente. Acho que ninguém deve se prender a uma coisa só. Música é música. É arte. Então, é fazer e ir trabalhar. Isso é o mais lógico. Não acredito que nenhum estilo de música morra. Pode estar fora do momento da mídia, entendeu?”, provocou. Em seguida, afirmou que é o lado do investimento financeiro que dita quais músicas tocam nas rádios. “O Axé Music já pagou bastante e quando parou, deixou de tocar. Mas é aquela coisa, a internet está aí. Se você tem uma carreira, corra atrás que dá certo. Pelo menos, para mim deu”, comemorou.

De fato, Luiz não para. Há cinco anos, por exemplo, ele lança mensalmente um CD de músicas inéditas na internet de forma gratuita, no seu site. Ao total, a ação já soma mais de 660 faixas – dos mais variados estilos - e 26 milhões de downloads. “Esse ano, o projeto ficará mais forte ainda com a entrada de artistas como Baby do Brasil, Erasmo Carlos, Zeca Pagodinho. Eu diria que é uma forma de enriquecer o 'cancionês' do brasileiro com estilos que, geralmente, os mais novos não se interessariam em gravar porque não é rentável”, lembrou e pontuou: “Todo ano lanço um disco de Axé, por exemplo. Então, acredito que enquanto alguém estiver fazendo alguma coisa, o movimento não morre”. Guardadas as devidas proporções, o projeto Xeque-Mate de Anitta, que prevê um clipe por mês, é uma ideia próxima à do baiano e ele reconhece. “Acho maravilhoso. É isso que falta. Os modelos mudam. Hoje em dia, as pessoas baixam as músicas, ela tá aqui trabalhando e assistindo os vídeos ao mesmo tempo. Então, se os artistas não se preocuparem em procurar modelos diferentes vão ficar estagnados. Acho legal essa iniciativa dela, principalmente pelo momento especial de sua carreira. A plástica da Anitta tem um astral bom. Está perfeita e joga duro”, elogiou. Por fim, confessou estar acompanhando os novos artistas do estado e mostrou entusiasmo com o que tem visto. “Como disse, tudo muda. A música baiana está de parabéns também por isso. Se você for olhar, temos o BaianaSystem e a Orkestra Rumpilezz, que são maravilhosos. Grupos novos aparecendo. Os modelos são outros. As pessoas não podem achar que para ter sucesso tem que fazer aquela mesma coisa que foi nos anos 80 e 90”.
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