Um levantamento realizado pelo economista Ecio Costa, professor
titular da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em parceria com a
P3 Inteligência, a partir de dados do Ministério da Cidadania e do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica que
o Auxílio Brasil representa um acréscimo de pelo menos 10% na economia
local em 648 municípios (11,6% do total), quase todos na região
Nordeste. A informação foi divulgada nesta terça-feira (21) pela CNN
Brasil.
Bahia (146), Piauí (124) e Maranhão (116) são os estados com maior
número de cidades em que os valores pagos pelo governo federal entre
janeiro e maio deste ano representam 10% ou mais do Produto Interno
Bruto (PIB) municipal. O economista atualizou o último dado do IBGE
disponível, referente a 2019, pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) de 2020 e 2021. Em relação ao PIB nacional, Costa estima que o
Auxílio Brasil represente 1,04%, num total de R$ 87,7 bilhões já pagos
aos beneficiários.
No agregado, Maranhão (4,69%), Piauí (4,39%) e Paraíba (3,84%) são os
estados em que os pagamentos do Auxílio Brasil têm maior proporção em
relação à economia local. Em 15 das 27 unidades da Federação, o programa
representa pelo menos 1% do PIB estadual. “Oito dos dez estados mais
beneficiados são do Nordeste, que é o principal público-alvo do
programa. Depois vêm Norte, Sudeste, Centro-Oeste e por último a região
Sul”, explica Costa.
Já em relação ao Auxílio Emergencial, disponibilizado no auge da
pandemia do coronavírus, o estudo calculou o impacto das cinco parcelas
de R$ 600 do programa temporário nas economias locais. Em 2020, foram
1.709 municípios com incremento de pelo menos 10% do PIB municipal pelo
programa de transferência de renda – mais que o dobro, em comparação ao
Auxílio Brasil.