A pergunta é: que modelo de sexualidade estas crianças apresentarão no futuro? Segundo
a psicóloga infantil Paula Pessoa, estamos vivendo um momento muito
crítico em relação à educação infantil, ou seja, a erotização precoce
das crianças, da qual a mídia tem sido a grande educadora – ou
deturpadora – quando o assunto é sexualidade. “Por mais que a
criança tenha visto um ídolo com uma saia super-curta, uma unha
vermelha, a mãe tem de estabelecer a regra: ‘você é criança e não pode’.
Criança não namora, criança não usa salto , criança não dá beijo na
boca… criança não faz estas coisas”, diz Paula Pessoa.
A mesma sociedade que fica estarrecida
com os casos de abuso sexual, pedofilia e exploração sexual infantil,
aplaude os programas, as novelas, as músicas e os artistas que valorizam
a erotização de seus filhos.
“A nossa sociedade diz: ‘ah, que bonito
de salto, de bolsa, de saia curta!’. Não, isso não é bonito. Temos de
entender que criança é criança e deve se comportar como tal”, diz a
psicóloga.
Quem educa?
Um fenômeno, cada vez mais comum na sociedade, é a terceirização da educação dos filhos.
Não é novidade nenhuma que muitos pais não conversam com seus filhos,
sobretudo quando o assunto é sexualidade. Mas quem assume este papel? “São
os próprios pais. Eles devem falar sobre estas coisas com seus filhos,
porque quando a criança assistir na TV ou ouvir alguém falar sobre sexo,
ela vai saber o que é certo, porque o pai e a mãe já explicaram. Então,
ela não fica fantasiando nada sobre esse assunto”, conclui Paula.
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