O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo decidiu impugnar a
candidatura do tucano Celso Giglio à Prefeitura de Osasco, com base na
Lei da Ficha Limpa.
A corrida eleitoral em Osasco já havia sofrido mudanças quando o
petista João Paulo Cunha foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal no
julgamento do mensalão por corrupção passiva e peculato. O engenheiro
Jorge Lapas concorre pelo PT à Prefeitura de Osasco.
A lei da Ficha Limpa foi aplicada para barrar 28 candidaturas no Mato Grosso.
De modo geral, o judiciário tem acolhido a aplicabilidade da lei da
ficha limpa. Alguns candidatos tentaram “forçar a barra”, num exercício
de ir buscar no eleitorado a absolvição geral, uma anistia
políti- ca, unicamente para satisfação pessoal e desejo de
poder.
Uma particularidade notável este ano é o “posicionamento” da igreja
católica. A partir da própria CNBB, o episcopado brasileiro está mais
atuante e envolvido com o processo político municipal.
Os bispos de modo geral entendem que “não basta somente incentivar e
impulsionar os fiéis leigos e leigas à participação política. É preciso
que encontrem na Igreja o apoio necessário para cumprir plenamente a
missão com a ética social cristã. A partir do conhecimento da vida do
candidato e da sua participação e compromisso com a sua comunidade
paroquial e eclesial é preciso que as forças se unam para ajudar o
candidato ficha limpa a galgar postos na vida pública que possibilitem a
implantação dos valores do Reino de Deus.”
Por isso mesmo, tem sido comum encontrar manifestações diretas de
cardeais, arcebispos, bispos e sacerdotes orientando para as eleições
municipais. O objetivo é alertar para a necessidade de conhecer bem a
vida pregressa dos candidatos, saber de seu compromisso com a vida e com
a comunidade.
O episcopado tem sido taxativo em sustentar que “em meio a tantas
propostas precisamos examinar bem quais correspondem com os valores do
Reino de Deus e apoiar quem sempre manifestou coerência na sua opção de
vida na igreja e na comunidade”.
Bons ou maus governantes, é a gente que escolhe. Para o cristão
católico, participar da vida política do município e do país é viver o
mandamento da caridade como real serviço aos irmãos, conforme disse o
Papa Paulo VI: “A política é uma maneira exigente de viver o compromisso
cristão ao serviço dos outros”.
Em Ilhéus, o bispo diocesano dom Mauro Montagnoli afirmou que “o
partido político é condição necessária para o exercício do mandato. Mas,
devemos também levar em consideração, em primeiro lugar, a vida pessoal
e o compromisso eclesial do candidato ou candidata. O critério
fundamental é o compromisso da pessoa com os valores do Reino de Deus.A
ética social cristã não é opção para alguns, mas exigência para todos.
Ela é contribuição própria do cristão católico para a construção da
sociedade justa e solidária.”
A reflexão que vale para os baianos, serve também para Osasco e Barretos.
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