Jovens do "Gladiadores do Altar Goiás" fazem referência ao militarismo.
Projeto da Igreja Universal do Reino de Deus provocou discussão na web.
Um vídeo publicado pela Força Jovem Universal (FJU) Goiás, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), levantou discussões nas redes sociais. As imagens, feitas durante um culto, mostram os jovens do projeto "Gladiadores do Altar Goiás" marchando dentro da igreja, batendo continência e em formação semelhante à usada por militares.
Segundo o site da IURD, o projeto foi iniciado em janeiro deste ano em todo o país e visa a “formação de jovens vocacionados para a propagação da fé cristã”. No vídeo de apresentação em Goiás, um pastor detalha os objetivos. “É um projeto que visa formar jovens disciplinados e altamente preparados para enfrentar os desafios diários de ganhar almas e fazer discípulos”.
Os jovens uniformizados permanecem em formação, com feições sérias, e acompanham as falas atentamente. Quando questionados sobre seus objetivos junto ao projeto, eles respondem: “Altar! Altar! Altar!”. Logo depois, o pastor conclui: "O projeto Gladiadores do Altar visa formar homens de verdade, que não desistem. A tua vontade tem que estar dentro da vontade de Deus".Em seguida, o pastor questiona os motivos do termo “gladiador” e responde em seguida: “O gladiador não é formado, ele nasce gladiador. Ele não dá desculpa, assume a responsabilidade e completa a missão. O gladiador não vê o problema, vê a solução. O gladiador luta pelos seus objetivos, tudo que ele fala, poupa na eternidade”, destacou o pastor.
As imagens, publicadas na página da FJU Goiás, tinham mais de 650 visualizações até a manhã desta terça-feira (3). Porém, por volta das 9h10, a publicação foi retirada do ar.
O G1 tentou contato com os representantes do grupo no estado, mas eles não foram localizados para comentar o assunto. A reportagem também procurou a assessoria de imprensa da IURD, com sede em São Paulo, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.
Polêmica
Após a publicação, as imagens passaram a gerar polêmicas nas redes sociais, destacando que o projeto faz uso do militarismo para atrair seus fiéis. Professor de sociologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Flávio Sofiati explicou ao G1 que o uso dos fundamentos militares associados aos religiosos como forma de educação não é novidade.
"Existem outras religiões que têm projetos semelhantes, já que esses dois elementos juntos formam uma força poderosa para manutenção da ordem. Infelizmente, nem sempre essa educação visa o livre arbítrio da juventude, considerada a fase mais rebelde da vida, mas sim o direcionamento dos fiéis para servir uma determinada igreja", disse o professor.
Para o sociólogo, o objetivo dos Gladiadores do Altar é atrair as atenções para a IURD. "A Universal é uma igreja midiática, que sempre realiza diversas atividades para estar em evidência. Ela não é a maior igreja evangélica do país, mas seu nome é um dos mais lembrados quando se fala do tema. Sendo assim, vejo esse projeto mais como uma forma de se destacar perante a opinião pública. É um processo de espetacularização da fé para que outros jovens fiéis se identifiquem e busquem a igreja", concluiu Sofiati.
Após a publicação, as imagens passaram a gerar polêmicas nas redes sociais, destacando que o projeto faz uso do militarismo para atrair seus fiéis. Professor de sociologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Flávio Sofiati explicou ao G1 que o uso dos fundamentos militares associados aos religiosos como forma de educação não é novidade.
"Existem outras religiões que têm projetos semelhantes, já que esses dois elementos juntos formam uma força poderosa para manutenção da ordem. Infelizmente, nem sempre essa educação visa o livre arbítrio da juventude, considerada a fase mais rebelde da vida, mas sim o direcionamento dos fiéis para servir uma determinada igreja", disse o professor.
Para o sociólogo, o objetivo dos Gladiadores do Altar é atrair as atenções para a IURD. "A Universal é uma igreja midiática, que sempre realiza diversas atividades para estar em evidência. Ela não é a maior igreja evangélica do país, mas seu nome é um dos mais lembrados quando se fala do tema. Sendo assim, vejo esse projeto mais como uma forma de se destacar perante a opinião pública. É um processo de espetacularização da fé para que outros jovens fiéis se identifiquem e busquem a igreja", concluiu Sofiati.
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