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Como curar o ressentimento?

A primeira coisa a fazer para curar o ressentimento é um diagnóstico claro do problema que mais nos aflige

Como vamos tratar um problema se não conhecemos suas causas? Muitas vezes, para se chegar ao diagnóstico de alguma doença física, gasta-se muito tempo, dinheiro, paciência, estudo e, acima de tudo, persistência e perseverança, tanto do médico como do paciente.
Como curar o ressentimento
Para a cura do ressentimento, o procedimento é bastante parecido. A primeira coisa a fazer é avaliar os sentimentos estragados. Que sentimentos são esses? Que tipo de estragos ele causa na pessoa? De onde provêm os sentimentos negativos? Desde quando estou me sentindo assim? Lembro-me de algum fato relacionado ao sentimento estragado? É um sentimento racional ou irracional, isto é, mais instintivo do que real? Será que não estou olhando para o problema com lentes de aumento? Ou o problema é realmente sério e perturbador? Desejo realmente a cura ou prefiro manter o sentimento estragado como estratégia para ataques e defesas futuras?
Essas são algumas das perguntas que precisamos responder para tentar formular um diagnóstico mais próximo da realidade. Nunca podemos nos esquecer de que aqui estamos falando de problemas íntimos, de feridas interiores, mágoas nem sempre muito conscientes. Mas, na medida do possível, é preciso diagnosticar para fazer o prognóstico correto, o tratamento adequado, eficiente e eficaz.
É bom lembrar que essas perguntas deverão ser aplicadas às situações que realmente necessitam ser trabalhadas. Não adianta nada a pessoa querer achar sentimentos estragados nas águas do passado. Aí o problema já precisa de outro tratamento.

Parar de se alimentar de sentimentos negativos

Outra coisa importante a se fazer é parar de se alimentar de sentimentos negativos. Para se tornar ressentimento, esses sentimentos precisam de pensamentos negativos, palavras torpes, indelicadezas, hostilidades e outras atitudes semelhantes.
Considere ainda algumas coisas simples, mas fundamentais, para curar esse mal que tanto nos atrapalha: não queira achar que você está sempre certo e que o outro está sempre errado. Ninguém é tão perfeito nem tão imperfeito assim. Então, não é correto a pessoa ceder sempre (como se o outro nunca errasse). Isso provocaria outro problema sério: o sentimento de vítima, que acabaria gerando um complexo de inferioridade. É preciso descobrir a justa medida para se chegar à concessão mútua. Isso parece difícil, mas não é tão complicado assim. Basta termos critérios justos e estarmos desejosos de resolver o problema e não de complicá-lo ainda mais.

O que precisa ser resolvido com urgência?

É preciso também chegar a uma hierarquia dos sentimentos. Existem coisas que precisam ser resolvidas com urgência. Tente descobrir quais os sentimentos estragados mais propensos a se tornarem ressentimento. Estes deverão ser os primeiros a serem atacados pela oração e pela ação de cura.
Se no seu grupo você já brigou com a maioria das pessoas, seja humilde e reconheça que o problema está com você. Ou será que você é o único certo e todos os outros estão errados? Aí somos como a mãe que voltou do desfile da escola de seu filho e disse ao marido: “Só o Juninho marchou direito”. Todos os outros colegas marcharam errado. E, coincidentemente, todos erraram ao mesmo tempo. Eles treinaram o erro. O Juninho se manteve firme e marchou direitinho. Só ele!”. Ora, não queira ser o Juninho, ou, pior ainda, a mãe do menino.

Brigas consecutivas com pessoas próximas

Se você sempre briga com a pessoa mais próxima (marido, esposa, filho, amigo, colega de trabalho) pelo mesmo motivo, repetidamente, é sinal de que o ressentimento já se instalou e que precisa ser tratado com urgência “urgentíssima”. Essa é uma ferida que precisa de tratamento adequado e eficiente.

Qual o melhor remédio?

A partir da constatação da ferida, passamos a aplicar sobre ela o remédio do perdão. Além do perdão e do amor incondicional, precisamos cultivar atitudes que nos levem a viver curados. É preciso ter coragem de ser diferente e não viver como os pagãos, com o entendimento obscurecido (jeito simpático de chamar alguém de anta!) e o coração empedernido. Leia Efésios 4, 17-25.
Temos, assim, alguns elementos muito práticos para uma vida restaurada. Como o próprio texto sugere, a cura do ressentimento é um processo longo; mas se não for iniciado, nunca será concluído. Não podemos ter pressa, mas é preciso começar! O único jeito de perceber se estamos sendo curados ou não é pela qualidade de nossos relacionamentos. Na convivência, especialmente com aqueles que mais nos provocam, é que aprendemos a testar nosso coração. Na superação dos pequenos conflitos do dia a dia, vamos nos preparando para as grandes batalhas de nossa história.
É fundamental perceber que uma das mais lindas obras que o Espírito Santo pode fazer em nossa vida tem a ver com a cura de nosso coração. Quando nos deixamos conduzir por Ele, vamos pouco a pouco matando as obras da resistência em nossa vida. Essas obras de resistência são exatamente as externalizações de um coração ressentido: inimizades, brigas, ciúmes, superstição, ódio, ambição, discórdias, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes (cf. Gl 5,20).

Deixar o Espírito Santo agir

Os frutos do Espírito, ou seja, aquilo que produzimos quando deixamos o Espírito conduzir nossa vida, são exatamente tudo aquilo a que aspiramos e o que conseguimos produzir quando experienciamos a graça da cura do ressentimento. O bonito é que a partir da experiência da cura, os próprios frutos que essa cura produz serão usados para curas posteriores. E isso é fundamental, pois ninguém no mundo está para sempre imunizado contra o ressentimento. Qualquer novo relacionamento, qu
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