Bispo da República Centro-africana comenta sobre segurança do Papa Francisco no país e como visita do Pontífice pode auxiliar no processo de paz
Cícero Lemes
Da redação
Da redação
A Igreja Católica na República Centro-Africana aguarda com grande expectativa a chegada do Papa Francisco. O Pontífice chegará à capital do país, Bangui, no próximo domingo, 29, por volta das 10h (horário local – 7h em Brasília).
Uma das grandes preocupações é quanto à segurança do Santo Padre, devido aos recentes conflitos na região. Segundo o vice-presidente da Comissão Episcopal Centro-africana, Dom Nestor Désiré Nongo Aziagbia, a insegurança continua sendo um grande desafio, porém ele confia que as forças internacionais serão capazes de garantir a segurança do Pontífice. “Eles vão tomar as medidas adequadas para garantir que esta visita apostólica seja um sucesso”, afirmou.
Além da preparação do local, os centro-africanos se preparam espiritualmente para receber o Santo Padre, com uma oração, composta pela conferência episcopal, um programa catequético e um tríduo, realizado nesta semana que antecede a visita.
Entre os compromissos de Francisco no país, estão a visita à Presidente de transição, Catherine Samba Panza, a um campo de refugiados e a abertura da primeira Porta Santa do Jubileu da Misericórdia, na Catedral de Bangui.
O Papa permanece na República Centro-africana até segunda-feira, dia em que se encontrará com a Comunidade muçulmana na Mesquita Central de Koudoukou e presidirá uma Missa no Estádio do Complexo esportivo Barthélémy Boganda.
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Em entrevista aonoticias.cancaonova.com, Dom Aziagbia, também bispo da diocese de Bossangoa da arquidiocese de Bangui, explica ainda como a visita do Santo Padre pode ajudar no processo de paz. Confira:
noticias.cancaonova.com: Como a Igreja está se preparando para a visita do Papa?
Dom Aziagbia: O Papa, sendo um líder espiritual, a Igreja local se prepara espiritualmente para recebê-lo. A Conferência Episcopal compôs uma oração que é recitada todos os dias pelos fiéis.
Além disso, foi lançado um programa catequético de rádio. Este programa é construído em torno da igreja primitiva, ministérios e autoridade na Igreja, o Papa, as viagens apostólicas do Santo Padre e da Igreja Católica na República Centro-Africana (RCA). Tudo isso é para ajudar os fiéis na apropriação de sua fé, para melhor cumprir a sua missão no mundo de hoje.
Está previsto um tríduo de oração na última semana antes da chegada do Santo Padre. No entanto, a dimensão material e logística não foi esquecida, e estamos bem adiantados.
noticias.cancaonova.com: Qual é a esperança das pessoas com a visita do Pontífice?
Dom Aziagbia: No contexto do bloqueio, na resolução pacífica desta crise que continua a fazer vítimas inocentes, as pessoas da RCA têm grandes esperanças nesta visita pastoral. Vemos o fator catalisador nessa visita para a criação de confiança dos centro-africanos, para a criação de um clima sereno de diálogo. Estamos confiantes de que, pelas suas exortações, o Santo Padre recolocará os centro-africanos e centro-africanas no caminho da coesão social e do respeito mútuo dentro da justiça e da verdade.
noticias.cancaonova.com: A imprensa mundial fala da violência no país, portanto, como estão preparando a segurança do Papa? Há um perigo iminente?
Dom Aziagbia: A insegurança continua sendo um grande desafio. Os eventos recentes do final de setembro e final de outubro em Bangui destacam a precariedade em que está mergulhada uma grande parte da população centro-africana. Vendo os acontecimentos que tiveram lugar nas cidades de Sibut e Batangafo, continuo confiante de que as forças internacionais que se encarregam da segurança do povo centro-africano são capazes de garantir a segurança do Papa. Então, eles vão tomar as medidas adequadas para garantir que esta visita apostólica seja um sucesso.
noticias.cancaonova.com: Sobre a paz na região, como é que a visita do Papa poderia ajudar nesse ponto?
Dom Aziagbia: A paz é uma disposição interior que leva os irmãos a olharem na mesma direção, para se falarem, para se perdoarem.
Enquanto houver déficit destes princípios básicos sob um fundo de conflitos de interesses, infelizmente, isso levará à conflitos.
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