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Pawlo Cidade
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Eu já disse aqui várias vezes que Cultura é um negócio. Um negócio que não dá para tratar mais com amadorismo. Não dá também para afirmar que produção cultural aprende somente na prática. E que a experiência é suficiente para realizar um show, um espetáculo, um festival. É preciso ter técnica.
Um ator pode ter o dom da interpretação e fazer uma plateia inteira se emocionar, mas, se ele não tiver a técnica, logo-logo seu dom vira um pastelão. A técnica é o caminho para aperfeiçoar o dom. Portanto, na Cultura, o simples fato de você ser alguém que representa um segmento, um grupo ou uma empresa só porque tem um dom não faz de você o melhor.
Você pode até se dar bem algumas vezes, porém, vai chegar o dia em que as pessoas vão entender que não dá mais para apostar no escuro. Ou você se prepara – se prepara mesmo e não finge que se prepara - ou estará fadado ao fracasso. Mais cedo ou mais tarde, fica desacreditado.
Quando escrevi a cartilha “Como transformar a Cultura em um bom negócio”, não tive a intenção de mostrar que com Cultura você teria lucro e faria bons negócios. Pelo contrário, eu chamo a atenção para a organização, a qualificação, a institucionalização de sua arte para a partir daí as coisas chegarem até você. “O negócio é cuidar primeiro do jardim para que, ao invés de correr atrás das borboletas, fazer com que as borboletas venham até você”.
Cultura é um negócio sério. Assim como é a engenharia, a advocacia, o magistério e tantos outros negócios. A Cultura foi responsável pelo aumento dos empregos formais entre 2013 e 2015, com destaque para o segmento de expressões culturais que apresentou a maior expansão entre todos os segmentos criativos, sobrepondo-se à redução do número de profissionais em segmentos mais dependentes de financiamento público, como, por exemplo, a música, o patrimônio e as artes. Gente, a Cultura representa 4% do PIB brasileiro. Estes são dados do Atlas Econômico da Cultura Brasileira, publicado no ano passado pelo Ministério da Cultura em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Neste mesmo período a gastronomia - como expressão cultural e área de interesse da sociedade - foi o principal fator por trás desse resultado.
Cultura não é brinquedo. É trabalho, esforço, dedicação, comprometimento, geração de emprego e renda. Cultura só é brinquedo, quando o brinquedo é um instrumento lúdico que auxilia na diversão. Fora isso, é expressão irônica e pejorativa.

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