Major Rebouças, diretor do Presídio Ariston Cardoso. Imagem: Ilhéus 24H.
O Major Rebouças, diretor do Presídio Ariston Cardoso, em Ilhéus, conversou hoje à tarde por telefone com o Blog do Gusmão. Mais cedo publicamos matéria sobre a morte de um homem preso na unidade por falta de pagamento de pensão alimentícia. A declaração de óbito apontou homicídio.
Rebouças, no entanto, acha difícil que Antônio Marcos de Jesus da Silva tenha sido assassinado. O diretor explica que o detento estava numa área livre, separado dos presos por crimes comuns, que ficam no pátio.
Segundo o diretor, Antônio teve crises de abstinência por falta de álcool. Chegou a beber desodorante. Tornou-se agressivo e por isso teve que ser encarcerado. Foi colocado numa cela junto com pessoas que também não haviam sido presas por crimes violentos.
Na cela, durante uma crise, Antônio se envolveu numa briga, informa o diretor. Rebouças viu que ele estava com um hematoma típico de um soco no olho no dia 30 de setembro, antevéspera da sua morte. O major anunciou aos detentos que se o conflito persistisse todos seriam levados para o pátio dos presos comuns, ideia aterrorizante para eles.
O diretor ouviu os internos que estavam na cela quando o detento morreu. Afirmaram a Rebouças que Antônio começou a se debater e faleceu. Em vão, um dos presos tentou reanimá-lo.
Segundo Rebouças, o ferimento na cabeça só foi constatado no Departamento de Polícia Técnica. “Eu estou até surpreso com essa versão do laudo médico. Amanhã um agente nosso vai no DPT para ver se tem foto disso”. O detento pode ter lesionado o crânio ao se debater. Por outro lado, destacou a importância de respeitar a contribuição do profissional da medicina.
O major não acha provável a hipótese de assassinato, mas investiga o caso. Três agentes formados em direito o auxiliam.
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