Pois, bem... Há riscos ou não? Esta é uma indagação que permeia a comunidade científica global nas últimas décadas a respeito dos efeitos das ondas de radiofrequência (RF) na saúde dos usuários de aparelhos celulares. Segundo Emilie van Deventer, diretora do Programa de Radiação do Departamento de Saúde Pública, Meio Ambiente e Determinantes da Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), a dúvida sobre os riscos da radiação também se expande para pessoas próximas a torres de telefonia ou conexões WiFi. Infelizmente, a pergunta feita na introdução do texto ainda está longe de uma resposta concreta. Porém, recentemente os Estados Unidos resolveram dar mais um passo rumo à solução do mistério.
No início de fevereiro (2), entidades norte-americanas ligadas à área da saúde revelaram em uma coletiva de imprensa os resultados alcançados no estudo sobre as consequências das ondas de radiofrequência presentes no celular. A pesquisa que aconteceu em um período de 10 anos, por meio do Programa Nacional de Toxicologia, demandou a participação de 3 mil ratos e camundongos como cobaias. Ao todo, o investimento foi de 25 milhões de dólares.
Durante a conversa com os jornalistas, John Bucher, cientista sênior envolvido no projeto desde o início, explicou as observações das experiências com cautela, já que a pesquisa foi baseada em roedores, e não em seres humanos. Para o especialista, a radiação resulta em um aumento de possibilidades de tumor, danos nos materiais genéticos e perda de peso corporal. A maior constatação da iniciativa foi em ratos machos que adquiriram tumores nos nervos localizados ao redor dos corações.
Por outro lado, um segundo grupo de roedores analisados não apresentou qualquer sintoma quando exposto às ondas de radiofrequência. Bucher declarou ao Washington Post: “Neste ponto, não sentimos que somos capazes de entender o suficiente sobre os resultados para colocar um enorme grau de confiança nas descobertas”. O cientista complementa a fala dizendo que não modificou a sua relação com o uso do celular e, caso as observações se confirmem, a radiação pode ser um gatilho para um câncer fraco.
No mesmo dia da coletiva, o Programa Nacional de Toxicologia disponibilizou um relatório preliminar para a sociedade realizar comentários sobre a experiência científica. Uma revisão no conteúdo de especialistas externos está programada para ocorrer entre os dias 26 e 28 de março. Entre as avaliações dos profissionais estão as chances de ruídos estatísticos nos resultados finais.
E você, qual é o seu lado na história? Acredita que as ondas de radiofrequência afetam a saúde? Deixe a sua opinião nos comentários!
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