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MÉDICO VETERINÁRIO DO PROJETO (A)MAR PEDE À POPULAÇÃO QUE NÃO SE APROXIME DE ELEFANTE MARINHO, NO BANCO DA VITÓRIA EM ILHÉUS

 

Segundo ele, curiosos estão indo até o local e a presença de populares pode estressar o animal. Além disso, algumas pessoas estão mexendo no elefante marinho, usando pedaços de madeira, usando lanternas à noite, gritando e imitando sons de bichos

O programa O Tabuleiro, da rádio Ilhéus FM, falou nesta sexta-feira (01), sobre o aparecimento de um elefante marinho, no rio Cachoeira, nas imediações do bairro Banco da Vitória, em Ilhéus. O animal, que pode chegar a 700kg, é jovem e macho, e deve pesar entre 200 e 250 kg. Ele está sendo monitorado pelo projeto (A)mar e outras instituições ambientais desde a tarde da última quarta-feira (30). O monitoramento é para avaliar a condição corpórea e de deslocamento do elefante marinho. O médico veterinário e coordenador de encalhes, reprodutivo e de estabilização de animais marinhos do projeto, dr. Wellington Laudano, participou do programa e ressaltou a importância da população não se aproximar do animal. "Ele apareceu por volta das 13h e os populares tentaram contato com os órgãos e não conseguiram resposta. A gente agradece aos nossos parceiros da Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (Cippa) e Polícia Militar, que orientaram as pessoas e eles entraram em contato, mandando vídeos. Aquela região é conhecida por predação animal e principalmente humana. Ali o pessoal caça muito. Nossa preocupação imediata foi verificar a ocorrência na quarta-feira. Chegamos por volta das 15h e saímos às 19h30. O animal não apareceu, provavelmente devido ao assédio. As pessoas querendo ver e muitas não sabem o que fazer, e ele termina ficando assustado e se escondendo", explicou.
Wellington disse ainda que o monitoramento deve ser feito por especialistas e a presença de populares pode estressar o animal. Além disso, algumas pessoas estão mexendo no elefante marinho, usando pedaços de madeira, lanternas à noite, gritando e imitando sons de bichos. "O monitorando tem que ser feito com uma certa de distância porque o estresse pode provocar algum tipo de enfermidade no animal. Quando ele sai da água, é pra descansar e fazer uma termorregulação. A gente observou ontem populares correndo de um lado para o outro. Ele saia e era acuado, era futucado com pedaços de madeira, imitavam vocalizações de cachorros e gatos. É um animal que não está em seu habitat natural. Ele é comum no sul da Argentina, encalha no sul do Brasil", disse.

O veterinário destacou que estamos vivendo muitas mudanças nas correntes marítimas, devido ao aquecimento global e isso por ter sido a causa do aparecimento acidental do animal na Bahia. "A gente está tendo vários relatos disso. Aqui na nossa área de atuação, de Maraú a Canavieiras, nesses dez anos, é a quinta ocorrência dessa espécie. Ano passado foi observado um em Ituberá, no baixo sul. O animal sumiu", contou.

O elefante marinho deve ser resgatado até amanha (02) e Dr. Wellintgon acredita que o ideal que o animal seja translocado até o mar. Porém, a translocação depende do apoio logístico de órgãos e da policia. "o animal é muito pesado e de difícil manejo. Está ativo e sua mordedura é grave", destacou. O projeto enfatizou que o deslocamento depende da estrutura logística dos órgãos parceiros, que fazem o resgate e destino.



O coordenador pede para quem avistar um animal marinho, ligue imediatamente para o projeto (A)mar, no número 73 99812-2850, e reforçou: "não se aproxime do animal, não tire foto com flash, não alimente, não tente colocar ele de volta ou no rio ou no mar, evite tocar no animal. Hoje nós temos consciência que a maioria das doenças desses animais marinhos pode ser transmissível. Nosso manejo com ele é paramentado porque ele pode transmitir até pela via aérea doença. De preferencia evite visitar o local. A gente tem observado que o local tem virado local turístico por alarde de algumas pessoas. Quando a pessoa tem conhecimento e quer fazer do animal palco político é uma coisa que deixa a gente bastante triste. O projeto (A)mar repudia esse tipo de ação. Não é para usar lanterna para comprovar que o animal está no local. ele não conseguiu descansar de manhã e estava tentando descansar à noite. Pelo amor de Deus, deixe o animal em paz", desabafou Wellington.

Confira a entrevista completa:

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