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PONTO DE VISTA POR PROFESSOR EMENSON: A raposa, o urso, o pote de mel e uma pequena parte da imprensa que esqueceu o seu papel

 

Era uma vez, em uma floresta onde as árvores eram feitas de decretos e os rios fluíam com discursos, um urso generoso mantinha a raposa sempre bem alimentada com mel em troca de histórias contadas à população sobre suas grandes aventuras. A raposa, astuta e pragmática, narrava com entusiasmo as proezas do urso, mas bastou um único pote de mel ser negado para que os contos mudassem de tom. Subitamente, as histórias eram sobre garras afiadas e ameaças escondidas, deixando todos os animais da floresta em polvorosa. Essa fábula, que poderia ser apenas uma lição infantil, reflete um dilema recorrente na relação entre uma pequena parte da imprensa e poder público, que se repete em muitos lugares e em diversas situações.

Na prática, a relação entre alguns veículos de comunicação e órgãos públicos muitas vezes se assemelha a essa troca simbólica de mel. Prefeituras, câmaras legislativas e outros agentes do poder contratam espaços publicitários para divulgar ações, enquanto veículos, muitas vezes dependentes exclusivamente desses contratos, ajustam suas narrativas conforme o fluxo dos pagamentos. Quando tudo corre bem, os textos tornam-se aplausos; quando algo desagradou, surgem críticas de que nem sempre se pautam pelo interesse público, mas sim por interesses próprios. Como disse Joseph Pulitzer, “uma imprensa cínica, mercenária e demagógica produzirá um povo tão vil quanto ela mesma”.

Essa dinâmica distorce o papel essencial da imprensa em uma sociedade democrática. Em vez de atuar como guardiã da verdade e fiscal dos poderes, uma pequena parte dos veículos de comunicação acaba moldando suas ações conforme o dinheiro que entra ou deixa de entrar. É um jogo arriscado, onde a independência editorial é colocada à venda e a imparcialidade se torna moeda de troca. O ex-presidente Juscelino Kubitschek anunciou com sabedoria: “A imprensa tem que ser livre, mas precisa saber que a sua liberdade termina onde começa a responsabilidade”. Infelizmente, com alguns veículos, a linha entre liberdade e responsabilidade tem sido desligada pelo jogo de interesses, onde acordos de conveniência decidem se a narrativa será de silêncio ou de ataque.

Quando os veículos ajustam suas pautas conforme seus recebimentos, o impacto negativo vai além do jornalismo. A sociedade fica privada de uma cobertura realmente crítica e diversa, fundamental para o pleno exercício da cidadania. É o público que paga o preço da desinformação, da falta de pluralidade de vozes e da transformação da imprensa em um juiz de “valores”,que julga de acordo e apenas, de seus interesses alguns obscuros e nefastos.

Exige-se uma postura firme de veículos e profissionais que valorizem a ética e a independência. Não é crime ter contratos com órgãos públicos, mas é fundamental que esses contratos não se tornem uma moeda de troca para chantagens e pressões. Diversificar as fontes de receita, apostar na qualidade da informação e manter uma relação transparente com as fontes públicas são passos essenciais para resgatar a confiança e o respeito ao ofício. Afinal, uma imprensa que troca o compromisso com o público pela convenção de contratos, mais cedo ou mais tarde, deixa de ser imprensa. Torna-se apenas uma raposa, contando histórias convenientes ao urso que lhe oferece mel ou, o contrário. Sou ético e por essas razões que a imparcialidade foi o critério para tratar desse temática que traz angustia para muitos formadores de opiniões. Aproveito para agradecer aos bons profissionais da imprensa local e regional pelas oportunidades , aprendizagens e troca de experiências esses levarei na mente e no coração até porque eu acredito dos bons e verdadeiros veículos de comunicação. Um feliz 2025 e que tenhamos um futuro mais digno e próspero.

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