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Sacerdote está no Recife para lançar o novo livro "Ruah", nesta terça (29).
Ele participou do Bom Dia Pernambuco e falou sobre alimentação saudável.

Manuella AntunesDa Rede Globo Nordeste
Padre Marcelo Rossi visita a TV Mirante (Foto: Márcia Carlile/G1 MA)Padre Marcelo Rossi  lança "Ruah", nesta terça-feira (29), no Shopping RioMar, Zona Sul do Recife, às 14h.
De passagem pelo Recife para o lançamento do seu novo livro,  "Ruah", que que fala sobre a importância de uma boa alimentação para manter a saúde em dia, Padre Marcelo Rossi chegou ao estúdio da Globo Nordeste, em Olinda, no Grande Recife, bem cedo. Pontualmente na hora marcada, às 5h30. Para ele, nada de café, apenas um chá de erva doce e toda a delicadeza de atender a todos que queriam vê-lo, tirar uma foto e, principalmente, ouvi-lo.
Não é preciso muito tempo ao lado de Marcelo Rossi para entender o significado da palavra calma. A pressa que move o mundo parece não fazer morada nele. Entre uma foto e uma gravação no estúdio do Bom Dia Pernambuco, o sacerdote paulista, de 48 anos, conversou com o G1 sobre sua experiência com a depressão, doença que já acometeu mais de 120 milhões de pessoas ao redor do mundo, de acordo com Organização Mundial da Saúde.
Veja os melhores momentos da entrevista:
Como conheceu a depressão?
Eu tenho 23 anos de sacerdócio e já ajudei muita gente. Na verdade, eu já perdi as contas de quantas pessoas eu ajudei a sair da depressão, mas eu nunca acreditei que existia, para mim era frescura. Até que eu caí na depressão.
E como foi? 
Como eu descobri isso? Na verdade, foi quando comecei a perceber que tudo que fazia havia deixado de ser missão e virado trabalho. Daí, eu comecei a não dormir direito, e olha que eu nunca tive insônia, e a contar o tempo que faltava para os compromissos acabarem.
O que a depressão fez com o senhor?
Você perde a cor, o brilho. Mas essencialmente o colorido. Você faz as coisas, e eu nunca as deixei de fazer, mas entenda: eu já tive uma profissão, sou formado em educação física e larguei tudo pela minha vocação, a missão de ser padre, um pai espiritual. De repente, eu percebi que o que eu estava fazendo já não era com prazer, eu prestava atenção no horário, eu cronometrava a missa.  Não deixei nunca de fazer nada, mas detalhe: até então, não tinha caído a ficha que eu estava doente.
E quando caiu?
Quando passei a atender uma pessoa que tinha anorexia e passei a somatizar a doença dela. Na época, eu estava muito inchado por conta dos anti-inflamatórios que estava tomando para a coluna e comecei uma dieta, mas passei do que podia.
Como o senhor lidou com tudo isso?
Como disse, de primeiro, eu achava que a depressão era frescura, mas nunca deixei de lidar com as pessoas que tinham,  pois eu pensava que o que elas precisavam era sair de si mesmo e mergulhasse no outro, olhar para o outro. Mas não é bem assim.
E o que é?
A depressão é uma doença, um mal que existe. Eu estou curado, mas eu tenho que estar sempre equilibrado na graça de Deus e sempre alerta porque a depressão pode voltar. Não tem idade, não tem explicação, não escolhe.  E foi aí que comecei a fazer todo um trabalho, e nasceu o Philia (livro anterior ao Ruah). Foram sete meses e 22 dias nesse processo.
O senhor teve ajuda médica?
De início, não. Na verdade, conversei com um amigo. E ele falou: “esquece antidepressivo, seu fígado tá detonado e pode chegar numa cirrose medicamentosa e aí só um transplante de fígado resolve. Você não tem fé?  Vai ter que vencer pela fé.” E assim foi. [Veja vídeo acima]
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