Foto: Venilton Kuchler / ANPr
Cientistas chineses identificaram uma mutação do vírus Zika que pode ter facilitado sua disseminação durante a epidemia que atingiu o Brasil e outros países da América do Sul em 2015 e 2016, além de uma epidemia na Polinésia Francesa entre 2013 e 2014. A alteração tornaria o micro-organismo mais eficiente na contaminação do mosquito Aedes aegypti. Durante o estudo, os pesquisadores da Universidade Tsinghua, em Pequim, compararam os genomas do vírus de linhagem asiática, responsável pelas epidemias, isolados em casos clínicos nos dois períodos. Segundo o jornal O Globo, a diferença foi encontrada em um aminoácido da região do genoma responsável pela produção da proteína não estruturante 1 (NS1). "A substituição alanina-valina na posição 188 [do genoma do vírus] melhorou ainda mais a eficiência da transmissão do vírus da zika de humanos para os mosquitos, e desta forma aumentou sua prevalência nos mosquitos. Nossos dados oferecem uma potencial explicação para a recente reemergência do vírus da zika e sugerem que uma coevolução dos arbovírus [a família à qual pertence o vírus da zika] com seus hospedeiros e vetores contribui para sua existência no longo prazo e para que ocasionalmente se espalhem numa reemergência", explicaram os autores em artigo. No experimento foram usados camundongos infectados com as duas variantes do Zika, posteriormente expostos a mordidas de mosquitos durante cinco dias.
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