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Estudo realizado pela Academia Americana de Pediatria demonstra que resultados do Google sobre doenças altera a resposta dos pais diante o diagnóstico médico e que isso pode ser perigoso

Por Vitória Batistoti - atualizada em 15/05/2017 11h55
mulher; computador; internet (Foto: Thinkstock)
Atire a primeira pedra quem nunca pesquisou algum sintoma que o filho tenha apresentado no Google esperando por uma resposta certeira. Por conta desse hábito frequente, o website ganhou até o apelido de ‘doutor’. No entanto, enquanto comemoramos o acesso fácil à informação, às vezes, fechamos os olhos para os riscos dessa prática. Justamente por conta disso, a Academia Americana de Pediatria decidiu investigar as implicações do ‘Doutor Google’ no nosso dia-a-dia em um estudo recente. A conclusão? Essas buscas dos pais sobre a saúde das crianças influenciam a maneira como eles encaram o diagnóstico médico.
A pesquisa averiguou o comportamento de mais de 1.300 pais, criando um cenário fictício em que seus respectivos filhos estariam com manchas de pele e aumento de febredurante três dias. Posteriormente, esses pais foram divididos em três grupos: o primeiro teve acesso às informações da internet sobre os sintomas de escarlatina; o segundo leu sobre a Doença de Kawasaki no Google e o terceiro grupo não teve acesso às informações digitais de nenhuma forma. Depois dessa etapa, todos os pais receberam o diagnóstico de que a criança tinha escarlatina. E, adivinhe só: os pais que tinham lido sobre a escarlatina na internet foram os que mais acreditaram na palavra do especialista (90,5% dos pais do primeiro grupo), seguidos pelos que não haviam buscado nada no Google (81% dos pais do segundo grupo). Já entre aqueles que tinham lido sobre a Doença de Kawasaki, só pouco mais da metade (61,3%) acreditou na palavra do especialista. Ou seja, a busca prévia por informações dos sintomas no Google antes de receber o diagnóstico médico altera a percepção dos pais. Assim, se o médico confirmar o diagnóstico encontrado na internet durante a consulta, a palavra dele é vista como mais confiável. Poucos são os pacientes (21,4%) que recorrem a outro especialista. No entanto, se a avaliação médica for diferente daquela que os pais encontraram previamente na web, 64,2% dos pais pensam em recorrer a outro médico.
 
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