Artistas de Ilhéus consideram o Projeto Seis e Meia de grande importância para a produção cultural porque abre as portas para o profissionalismo. Criado em agosto de 1991, com inspiração no Projeto Pixinguinha, da Fundação Nacional de Artes (Funarte), para divulgar o trabalho de músicos locais, o Seis e Meia ressurge em novo formato, descentralizado, para a temporada entre agosto e outubro deste ano. As apresentações serão na tenda do Teatro Popular de Ilhéus, no Centro Cultural de Olivença e nas arenas de shows que serão montadas nos bairros Teotônio Vilela, Hernani Sá e Nossa Senhora da Vitória.
Mantido em todas as gestões do prefeito Jabes Ribeiro, a proposta do novo Seis e Meia é incluir no repertório, além de MPB, o rock, rap, forró, hip-hop, dentre outros ritmos. A Secretaria de Cultura está iniciando o cadastramento de artistas e bandas para dar início à formatação dos elencos.
Para o contrabaixista e professor Sérgio Nogueira, da comissão de músicos que ajudou a elaborar o regulamento do Seis e Meia, “na época só podiam se inscrever artistas residentes em Ilhéus que tivessem composições próprias; ou no caso de intérpretes, que executassem no mínimo três canções de compositores locais ou regionais”. Segundo ele, “o Seis e Meia sempre constou de duas etapas: Verão, executado de fevereiro a março; e Inverno, de agosto a setembro. Para se adaptar às situações atuais, o projeto passou por modificações e inseriu duas bandas que se revezavam semana a semana”, conta o músico Nogueira.
Na época, as apresentações aconteciam no Teatro Municipal, com shows de Letto Nicolau, Herval Lemos, Délio Santiago, Selma Aguiar, Keketa, Itassucy, Chica de Cidra, Bebeto, Cláudia Moura, Suzy Rodrigues, banda Sabor de Verão, Reizinho, Jonga Fialho e Lula Armstrong (estes três últimos já falecidos).
Sucesso - O cantor e compositor Edu Neto, considerado um dos mais importantes músicos de Ilhéus, afirmou: “atuei no Seis e Meia como diretor e na seleção do elenco. O projeto surgiu para preencher uma lacuna que existia - e ainda existe - em Ilhéus, de formação de plateia, direção e produção, além de valorizar novos artistas. Ele é significativo, pois também divulga o trabalho dos compositores”, alegou.
Já o radialista Ricardo Lemos afirmou que, à época, artistas mais experientes faziam questão de participar do Seis e Meia que sempre foi sucesso de bilheteria. “Presenciei várias vezes que grande parte do público retornava da porta do Teatro Municipal de Ilhéus porque não havia mais lugar disponível e espaço para acomodar as pessoas que compareciam para assistir shows”, lembrou.
Por sua vez, o cantor Ivan Moraes, que ultimamente mora em Aracaju (SE), ressaltou que “o Seis e Meia representa um reconhecimento para mostrar o nosso trabalho e o público conhecer um pouco o músico da sua cidade. Além disso, é uma oportunidade de participar do projeto agora em nova fase. Mesmo longe de Ilhéus, espero compartilhar deste evento único que todos querem assistir”, destacou.
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