Uma reunião realizada na Superintendência da Ceplac, no último dia 22 discutiu a questão da valoração econômica da madeira em áreas de cacau- cabruca no sul da Bahia, com o objetivo de servir como garantia ao crédito rural para fins de financiamentos aos produtores de cacau pelo Banco do Nordeste. O superintendente regional da Ceplac, Carlos Alexandre Silva Brandão, coordenou o encontro, que contou com representantes de produtores, gerentes do Banco do Nordeste e técnicos da Ceplac.
O fiscal federal agropecuário Antonio Fernando apresentou o Projeto Técnico de Manejo da Cabruca (PTMC), enquanto que o técnico em planejamento Antonio Zugaib apresentou o projeto de valoração econômica e ambiental do cacau cabruca no município de Barro Preto, onde a Ceplac desenvolve um projeto-piloto nesse sentido. De acordo com os participantes da reunião ficou consensuado que esse projeto tem grande potencial para se transformar em política pública a ser financiada por instituições financeiras, a exemplo do próprio BN e do Banco do Brasil.
De acordo com o superintendente da Ceplac, Carlos Alexandre, o órgão, através do Centro de Pesquisa do Cacau (Cepec), dispõe de tecnologia para elevar a produtividade da cacauicultura baiana, porém a grande maioria dos produtores está impossibilitada de obter o financiamento de crédito rural para implantar essa tecnologia, por estarem com hipoteca de 1º e 2º grau. “Essa nova forma de valoração econômica da madeira daria a garantia necessária”, observa.
Para o dirigente, a aprovação pelo Banco do Nordeste desta nova linha de financiamento, tendo como garantia a valorização econômica da madeira existente do sistema de produção “cacau cabruca”, podendo ainda usufruir de receitas de carbono e água de nascentes que compõem esse importante sistema, seria de suma importância para a sobrevivência financeira dos produtores e contribuiria de forma proeminente para o desenvolvimento regional.
O superintendente observa que na construção dessa proposta de política pública, a Ceplac entra representando o governo federal e o governo estadual seria representado pelas secretarias do Meio-Ambiente, da Agricultura e da Indústria e Comércio. “Além dos entes públicos, a sociedade civil estará representada pelas entidades indicadas pelos produtores. O importante é que as instituições percebam que esse projeto é uma grande oportunidade para resolvermos a situação para obtenção de novas linhas de créditos para a cacauicultura”.
Por fim, ficou acordado que o gerente do Banco do Nordeste Fábio Leal encaminhará a proposta a instâncias superiores da estrutura do Banco do Nordeste, ao mesmo tempo em que a Ceplac e a Secretaria de Meio Ambiente do governo do Estado da Bahia buscarão apoio à diretoria do Banco do Nordeste.
Participaram da reunião Alfredo Landim, da Cooperativa Agroindustrial de Cacau e Chocolate; Antonio César Costa Zugaib, chefe do Serviço de Planejamento e Projetos Especiais da Ceplac/Sueba; Antonio Fernando Ribeiro da Silva, Ceplac/Cenex; Fábio Leal Ferreira, gerente-geral do Banco do Nordeste; João Henrique Silva Almeida, Ceplac/Cenex; Jackson Eduardo de Queiroz Moreira, Ceplac/Disaf; e Jamerson Luis Franca Merlo, BNB – Ilhéus, além do Superintendente da Ceplac Alexandre Brandão.
Jornalista da Sueba - Bahia
Domingos Matos
Fotos: Águido Ferreira
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