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Trocar, vender e comprar produtos pela internet são alternativas cada vez mais comuns para quem quer economizar, desapegar de algo que não usa mais e abrir espaço em casa. Para se ter uma ideia, em apenas dois dos grupos do Facebook criados para estes fins, há mais de 64,5 mil pessoas de Uberlândia inscritas. Em sites dedicados ao anúncio de produtos também é grande a oferta de itens que já não tem serventia para o dono. Entre os anúncios de pessoas da cidade é possível encontrar quem quer se desfazer de móveis, acessórios, roupinhas de bebê e até quem quer trocar uma televisão 29 polegadas por uma lata de tinta.
Anunciar na rede social foi a opção que a vendedora Rafaela Rodrigues Ferreira encontrou para resolver um problema de falta de espaço no quarto. “Anunciei e vendi um guarda-roupa que não cabia bem no meu quarto, que é pequeno. Para mim compensou, porque foi prático, foi fácil, e com o dinheiro da venda eu comprei uma arara para roupas que ficou melhor no espaço que eu tenho”, disse.
A vendedora Rafaela Ferreira já utilizou a rede social para vender um guarda-roupas (Foto: Celso Ribeiro)
A vendedora Rafaela Ferreira já utilizou a rede social para vender um guarda-roupas (Foto: Celso Ribeiro)
A funcionária pública Elisa Vieira Davi já trocou uma blusa por um vestido fazendo um anúncio em rede social e agora está anunciando em um site para vender os presentes repetidos que ganhou de casamento. “Não conseguimos trocar alguns presentes porque vieram sem nota fiscal. Então, anuncia-los foi uma forma de evitar que eles fiquem parados”, disse ela, que também está vendendo o sapato que usou na cerimônia de seu casamento.
“Não tenho porque guardar algo que não vou usar mais, como esse sapato. Dessa maneira a gente economiza e evita acumular coisas. Acho válidas essas alternativas porque também é comum a gente comprar alguma coisa por impulso e acabar com o produto parado. E o que não interessa para a gente pode ser interessante para outra pessoa”, afirmou Elisa Davi.
Essa também é a opinião da enfermeira Bárbara Priscylla Santos Sousa. “Eu comprei uma sandália de marca por impulso e acabei não usando. O mesmo aconteceu com uma moça que estava anunciando no Facebook. Nós trocamos nossas sandálias e agora eu tenho um calçado que eu uso com frequência”, disse.
Ela também já usou a internet para se desfazer de peças de roupa, bolsa e até uma meia de compressão que comprou de uma loja virtual e acabou não servindo. “Com esse dinheiro dá para juntar e comprar outra coisa que esteja precisando de fato. Mas tem que anunciar bem barato, senão não vende”, afirmou Bárbara Sousa.
Procon recomenda atenção na negociação
Apesar da praticidade em comprar ou trocar produtos usados pela internet, é preciso ter atenção redobrada. Isso acontece porque, segundo o superintendente do Procon de Uberlândia, Nílcio Costa, essas práticas não se caracterizam como relação de consumo formal e, por isso, não estão protegidas pelo Código de Defesa do Consumidor.
“É muito tênue essa linha, mas como normalmente essas compras e trocas não são efetuadas por empresas, caso haja algum problema, a opção das pessoas é acionar a justiça comum. Mas de toda maneira, nós recomendamos que as pessoas procurem o Procon para receberem a orientação e o encaminhamento adequado”, afirmou Costa.
Nílcio Costa, superintendente do Procon de Uberlândia (Foto: Cleiton Borges)
Nílcio Costa, superintendente do Procon de Uberlândia (Foto: Cleiton Borges)
Acostumada a vender, trocar e comprar produtos de terceiros na internet, a enfermeira Bárbara Priscylla Santos Sousa disse ter alguns cuidados. “Esse tipo negociação acontece muito na base da confiança, mas eu normalmente confiro o produto na hora de pegar. Outra dica é combinar de encontrar a pessoa em um local público e que seja de fácil acesso, para não correr o risco de perder a viagem caso a pessoa não apareça”, disse.
Cuidados:
– Certificar se o produto está em bom estado
– Certificar se é comércio eletrônico ou não
– Desconfiar de preços muito abaixo do que o anunciado em outras ofertas
– Prefira comprar de pessoas que moram na mesma cidade, para que tenha a possibilidade de ver o produto pessoalmente
– Guarde no seu computador ou celular todas as conversas sobre a negociação. Dessa maneira você tem como provar tudo o que foi combinado em caso de desentendimento
– Pesquise referências sobre a pessoa com quem está negociando. A sugestão é conversar com outras pessoas que já trocaram ou compraram com ela
Sites para vender, comprar e trocar coisas usadas*
– OLX
– Enjoei
– Desapego
*Alguns sites cobram taxa de utilização
 
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