Aparentemente, era apenas uma casa, como tantas outras situadas na Travessa Dois de Julho, no bairro Conceição, em Itabuna. Mas, lá dentro, tudo era diferente: a começar pelos móveis: uma prensa gigantesca dava entender que ali também funcionava uma espécie de empresa familiar. No entanto, o negócio pertencia a uma “família da pesada”. Isso mesmo! À família do tráfico. Tal prensa integrava a lista de objetos de um laboratório de drogas, que foi à “falência” no final da manhã desta terça-feira (25), após uma operação da Polícia Civil, comandada pelo delegado André Aragão, coordenador da 6ª Coorpin.
Agentes como o experiente Lúcio Serra participaram da ação, que apreendeu, nada menos, que 30 quilos de cocaína pura. A droga ainda passaria pelo processo da “multiplicação” para só, então, ser distribuída entre as “bocas de fumo”. Segundo o delegado, o “empreendimento do tráfico” já vinha sendo investigado pelo Serviço de Inteligência da Polícia Civil há, aproximadamente, seis meses.
“Materializamos toda a investigação. Foi um baque financeiro muito grande para esta associação criminosa. Futuramente, deflagraremos uma operação de prisão desses indivíduos, que determinam roubam de carros, de celulares, mandam matar”, disse o coordenador André Aragão, em entrevista à imprensa. Embora a ação tenha sido um sucesso, sobretudo em virtude da grande apreensão, nenhum suspeito foi preso. Os acusados conseguiram fugir. Por outro lado, a polícia já tem o nome dos responsáveis pela refinaria e, agora, trabalha, na intenção de prendê-los.
Material aprendido
Além da prensa hidráulica, que produz os tabletes de um a dois quilos de maconha ou cocaína, os policiais apreenderam substâncias como fermentos e solventes (que são adicionadas à cocaína para fazer render), seringas, embalagens, peneiras e balanças de precisão.
Veículos abandonados podem ter ligação com facção
Recentemente, a Polícia Militar apreendeu dois veículos, abandonados nas imediações dessa casa, onde funcionava o laboratório de drogas. Os carros – uma S10 e um Mitsubishi Outlander – localizados na Rua Duque de Caxias, estavam com sem os forros das portas e dos tetos, sem os carpetes e sem os bancos traseiros. O delegado não descarta a possibilidade de que tais veículos estejam relacionados a essa facção, cuja denominação ainda não foi divulgada para não atrapalhar o andamento das investigações. Pelo jeito, este foi o ano das maiores apreensões de drogas e o coordenador destaca o trabalho de combate ao crime organizado, pivô de tanta violência e promete continuar transformando a “safra” dos traficantes na pior dos últimos tempos. “Até o final do ano vamos dar um basta nisso tudo”, adiantou Aragão.
Com informações do VERDINHO
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