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França derrota a Bélgica e fará a sua terceira final de Copa em 20 anos

Foto: Getty Images
FolhaPress
Em julho de 1998, o lateral e zagueiro Lilian Thuram, nascido em Guadalupe, fez o que não se esperava dele: anotou dois gols e colocou a França na final da Copa do Mundo.
Vinte anos depois, em julho de 2018. o defensor Samuel Umtiti, filho de Iaundé, capital de Camarões, foi ao ataque e, com uma cabeçada, voltou a colocar a seleção francesa na decisão do Mundial.
Foi o lance que definiu a vitória por 1 a 0 sobre a Bélgica nesta terça (10), em São Petersburgo.
A França espera agora o vencedor do confronto entre Inglaterra e Croácia, que fazem a outra semifinal. A partida será nesta quarta (11), em Moscou, cidade que também receberá o último jogo do torneio, no domingo (15).
Foi partida com velocidade, disputada e nervosa. Mas apenas dentro de campo. Com pequeno número de torcedores nas cadeiras da arena de São Petersburgo, belgas e franceses pouco foram ouvidos. Em determinado momento do segundo tempo, a única torcida ouvida foi a brasileira, que tinha ingressos para a partida na esperança de que a seleção de Tite estivesse presente. A Bélgica não deixou que isso acontecesse.
Como a Copa do Mundo é de futebol, não de torcidas, os belgas tinham melhor toque e tentava sair mais para o jogo. Com liberdade de movimentação, Eden Hazard criava problemas todas as vezes que pegava na bola. Duas vezes poderia ter aberto o placar, mas errou o alvo na finalização. Eles perceberam que havia um problema de marcação no setor direito da defesa francesa e tentaram explorá-lo.
Não havia cobertura para Pavard. Mas o lateral francês, quando foi à frente, quase fez o gol aos 39. Saiu de frente para Courtois, que fez grande defesa.
Quando percebeu que a Bélgica tinha domínio no meio-campo. Griezmann saiu da ponta direita e começou a jogar como meia. Deu uma opção na saída de jogo para sua equipe, já que Pogba, a principal fonte de criatividade francesa, era marcado de perto por Fellaini.
Nenhum dos dois técnicos tentou surpreender o outro. Roberto Martínez não repetiu a fórmula que apanhou Tite desprevinido nas quartas de final. Lukaku, embora tenha saído da do centro do ataque em alguns momentos, não foi um ponta, como aconteceu contra o Brasil. De Bruyne foi mais armador que falso 9. A França fazia de tudo para obter um lançamento para Mbappé em velocidade.
Deu certo uma vez antes do intervalo. O atacante cruzou para Giroud, que ainda não fez gols na Copa do Mundo. Ficou explicado o motivo. O centroavante finalizou fraco, mal e sem direção.
A França precisou de apenas uma jogada no segundo tempo para colocar a Bélgica em estado de desespero. Aos cinco minutos, Umtiti se antecipou à zaga adversária na cobrança de escanteio e fez o 1 a 0.
Foi a senha para a equipe de Didier Deschamps recuar, deixar apenas Griezmann ou Mbappé no ataque e esperar para sair em velocidade. Aconteceu três vezes, mas em todas Mbappé tentou o passe em vez do lance individual e não aconteceu nada.
A Bélgica precisava cada vez mais de Hazard e ele buscava a bola e se deslocava. Armada na defesa e pronta para o bote decisivo, a França não dava espaço. A solução belga era tentar os chutes de fora da área (Wietsel e De Bruyne arriscaram três vezes) e cruzar bolas na área para aproveitar as alturas de Fellaini e Lukaku. Para ter mais jogadas de linha de fundo, entrou Mertens.
Era questão de tempo. Não havia resposta que a equipe de Roberto Martinez pudesse fazer para conseguir o empate. A França deixou o jogo correr e até sua torcida encarou a vitória com ar blasé. Pouco importava. Tal qual Thuram há 20 anos, Umtiti foi outro defesor a colocar sua seleção na final da Copa do Mundo. Tolisso ainda desperdiçou uma grande oportunidade para anotar o segundo, nos acréscimos.
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