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Foto: Reprodução
O incidente aponta um dos maiores problemas na educação atual. Convido você a aproveitar essa discussão para fazer uma reflexão importante:
Nessa semana, uma conversa onde duas mulheres discutem viralizou na internet. A discussão aconteceu porque o filho da primeira mulher foi visitar a casa da segunda mulher e, após ser impedido de brincar com um boneco (uma figura de ação colecionavel que pode chegar até a R$1.500,00) a criança correu para se queixar com sua mãe. A mãe, furiosa, foi tirar satisfações com a outra mulher no WhatsApp, os prints da conversa vazaram na internet e a história viralizou.  Se você está por fora, leia a conversa abaixo:

A intenção aqui não é crucificar os envolvidos mas chamar atenção para a interpretação distorcida desta mãe: de que limites são ruins e magoam a criança, um ponto de vista cada vez mais difundido na educação atual.  Então, usando o "viral" como exemplo, podemos fazer algumas reflexões:
A criança queria brincar com um objeto que pertencia a outra pessoa e, após ser avisada que não poderia mexer naquele objeto, ela foi chorar nos ouvidos da mãe. A criança podia ter aceitado o "não", mas na mãe ela sabia que encontraria uma via para conseguir o que queria.
A mãe, assim como o pai, são as primeiras figuras de autoridade na vida dos pequenos. Pessoas que carregam a difícil tarefa de orientar os filhos.
A criança queria invadir o espaço de outra pessoa, o que é natural nessa idade. Veja bem: natural, não certo. Cabia a mãe ensinar o filho a respeitar os outros e seus pertences. Mesmo que a mãe não entendesse a atitude da outra mulher o objeto era dela. Gostando ou não gostando, o correto é respeitar a decisão da proprietária.
No momento que a mãe compra a briga ela está passando uma mensagem para o filho, a de que todas as pessoas precisam satisfaze-lo.
Na internet apareceram comentários como: "se meu filho aparecesse chorando, por causa de um adulto, eu teria feito pior". Essas máximas são superficiais. Se a criança tivesse chorado porque o adulto a humilhou ou agrediu, com certeza seria algo gravíssimo que exigiria uma defesa da mãe. Mas, se o pequeno chora porque o adulto lhe disse não o problema está na educação da criança, que não a ensinou a respeitar limites. Cabe aos pais descobrir se o choro da criança tem justificativa ou é manha.
Senão, todos viramos reféns da criança, só podendo dizer "sim"? Se disser não, ela chora até conseguir o que quer.
A criança sempre testa os limites, até aonde ela pode ir. No ato nobre e bonito de educar são os pais que tem essa difícil tarefa, de colocar freios.  Se os pais se omitirem nesse importante papel, quem o fará?
Entendo que a mãe ficou chateada por ver o filho chorar. Os pais sempre querem evitar que os filhos passem por qualquer tipo de desgosto. Mas, se a criança não tem estrutura para lidar com um simples "não", como será esse adulto? Na vida, ouvimos mais "não" do que "sim" e a criança precisa estar preparada para a realidade. Os pais não vão estar lá, no futuro, para facilitar as coisas.
A educação evoluiu em muitos pontos mas, nessa hora, vale a pena lembrar da sabedoria de nossos pais e avós. Eles não nos davam tudo o que queríamos. Então, não é possível encontrar um equilíbrio? Senão, criaremos uma geração de pessoas emocionalmente frágeis.
Educar não é fácil e é sempre mais confortável dizer sim para uma criança que amamos tanto. Mas não podemos esquecer: dizer não também é um ato de amor.

Fonte: Refletir para Refletir 

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