Traficante mandou matar motoristas após mãe ter corrida cancelada por app, diz governador da BA
O governador da Bahia disse em coletiva realizada nesta terça-feira (17), em Salvador, que os assassinatos dos quatro motoristas por aplicativo, ocorridos na sexta (13), foram ordenados por um traficante, após a mãe dele ter uma corrida cancelada. A coletiva foi realizada em inauguração de Centro de Atenção Psicossocial (Caps).
“O traficante mandou matar as pessoas porque foi cancelada uma chamada. Porque a mãe dele chamou, e o Uber cancelou a chamada. E ele mandou executar as pessoas”, disse Rui Costa.
A Polícia Civil informou que essa é uma das hipóteses levantadas pelas investigações, mas que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ainda está em fase de conclusão das apurações.
Na segunda-feira (16), a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) informou que o suspeito de ser mandante da chacina, identificado como Jeferson Palmeira Soares Santos, foi encontrado morto na BA-525. O corpo dele tinha marcas de tiros, e as mãos e o pescoço estavam amarrados.
A chacina aconteceu na manhã de sexta-feira (13), na Rua do Nepal, no bairro do Jardim Santo Inácio. No mesmo dia, outros dois suspeitos do crime morreram em confronto com policiais militares, em Lauro de Freitas, região metropolitana da capital.
Único sobrevivente
Motorista que sobreviveu a chacina em Salvador revela trauma e tortura em ação de criminosos — Foto: Reprodução/TV Bahia
Motorista que sobreviveu a chacina em Salvador revela trauma e tortura em ação de criminosos — Foto: Reprodução/TV Bahia
Em entrevista exclusiva à TV Bahia, o sobrevivente da chacina contou que não consegue dormir por conta do trauma. Ele também relembrou como foi abordado pelos criminosos, disse que pediu para não ser morto e falou do momento em que foi torturado.
O motorista conseguiu escapar dos criminosos depois que uma das vítimas lutou com os suspeitos.
Ele contou que saiu às 5h para abastecer o carro e começou a trabalhar. A primeira corrida foi no bairro de Pau da Lima, também na capital baiana. Em seguida ele foi para o bairro de Santo Inácio, onde foi abordado pelos criminosos.
O homem disse que quando chegou em um barraco, viu uma pessoa deitada, morta, e outro rapaz com pés e mãos amarrados. O homem disse que pediu para não morrer, e um dos criminosos perguntou se ele ele tinha dinheiro. Diante da negativa da vítima, o homem disse: “Então você vai morrer”.
A vítima resolveu perguntar a um homem, chamado de Coroa pelos comparsas, o motivo do crime.
“Irmão, por quê? Eu sempre trabalhei de Uber, não discrimino quem quer que seja. E teve o Coroa que me respondeu: “Mataram toda minha família e eu vou matar vocês. A todo momento eu percebia que eles tinham a intenção só de matar. Porque eles deixavam ver o rosto deles. Diziam: Olhe pra mim. Olhe pra mim, que você vai pro inferno primeiro e depois, num dia, a gente se encontra lá na frente”, contou.
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