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  • Marco Aurélio Martins | Ag. A TARDE
    "Antes da vigência do Acordo Ortográfico foi mais fácil passar", diz André Piccinni
Na hora da prova para concurso público, muitos candidatos ainda cometem o erro crucial de desprezar os estudos para as provas de redação e língua portuguesa. O comportamento vem de muito cedo. Não é à toa que cerca de 530 mil estudantes tiraram zero na prova de redação do último Exame Nacional de Ensino Médio (Enem).
A média das notas de redação do Enem teve uma queda de 9,7% em relação à prova de 2013, entre os alunos que estão concluindo o ensino médio. Para o ministro da Educação, Cid Gomes, o fato de o tema "publicidade infantil" ter sido menos debatido na mídia que o tema do ano anterior ("lei seca") teria sido a razão da queda no desempenho.
Para a professora Rose Sampaio, que ministra aulas de português e redação no SCEA, curso preparatório para concursos, localizado na Pituba, em Salvador, o erro maior dos candidatos a vagas de emprego e para acesso à universidades federais é justamente achar que a redação é uma questão de inspiração.
"Todos revelam uma preocupação demasiada com o tema que vai cair e esquecem de se concentrar nas técnicas da redação", diz. "Muitos sequer leem o edital e na semana anterior à prova pedem ajuda ao Espírito Santo para que o tema seja fácil, quando na verdade as melhores dicas de como conduzir o texto podem estar nos critérios de correção anunciados no próprio edital", diz.
Em relação às questões relativas à língua portuguesa, ela alerta para as mudanças verificadas nos últimos dez anos nas provas. "Hoje, as provas são mais contextualizadas e com muito mais semântica. Ou seja: não adianta apenas decorar as regras gramaticais", diz Rose Sampaio.
Para o funcionário público André Piccinni, as mudanças ortográficas são a principal dificuldade. "A prova de português é sempre para mim a mais difícil", diz. "Quando prestei concurso, antes da vigência do Acordo Ortográfico, foi mais fácil passar do que nos concursos que tento  agora", diz.
 
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