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Daniela Mercury chora e é ovacionada em sua volta ao Campo Grande

Daniela Mercury comanda trio em Salvador22 fotos

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17.fev.2015 - Para a apresentação no circuito Campo Grande, Daniela Mercury sobe ao trio com penas amarradas no cabelo Daniel Delmiro e JC Pereira/AgNews
Vinte anos longe do circuito Campo Grande, Daniela Mercury botou seu trio no tradicional trajeto de Salvador nesta terça-feira (17). Emocionada, ela se apresentou sem cordas e chorou ao cantar seu grande sucesso, "O Canto da Cidade".

Com penas brancas no cabelo e um vestido branco, Daniela se vestiu de Erê [entidade do Candomblé] e agitou os foliões na pipoca com sucessos "Maimbê" e "Rainha do Axé" – escolhas simbólicas para o ano em que o axé completa 30 anos, com a ajuda de Daniela na popularização do gênero em outros estados.

"Fiquei longe daqui pela necessidade de ocupar espaço lá embaixo [no circuito Barra-Ondina]. Como eu estava com um enorme sucesso com 'O Canto da Cidade' [nos anos 90], aproveitei e abri um espaço a mais, uma avenida a mais para que todo mundo pudesse desfilar. Na beira do mar. E todo mundo foi descendo", contou aos jornalistas, antes da apresentação.

Foi em Campo Grande também que Daniela se apresentou no Carnaval pela primeira vez, quando tinha apenas 15 anos. "Eu tinha um bloco pequenininho chamado Cuca Fresca. A guitarra baiana cantava mais do que eu. De qualquer forma, eu fiz grandes carnavais aqui em cima. Estou muito emocionada", disse.

A volta de Daniela ao Campo Grande reuniu até mesmo turistas, que costumam ficar apenas no circuito Barra-Ondina. O espírito comemorativo tomou a cantora: "Quando a gente faz pipoca, a diversidade do Carnaval e a democracia dão uma lição de que todos os cidadãos brasileiros possam conviver em uma pipoca sem cordas", defendeu. "O axé é isso: um gênero que nasceu nas ruas, de compositores populares. Eu faço essa devolução o tempo inteiro, no circuito afro, onde o Ilê e o Olodum fizeram nascer a minha música."

Com dançarinos e paradinhas, como a brincadeira do "morto-vivo", Daniela recebeu o grupo de crianças percussionistas Quabales e deu o microfone para sua filha Ana Isabel cantar "O Canto da Cidade" enquanto segurava as lágrimas.
Embaixadora da Unicef há 20 anos, Daniela explicou o porquê da presença dos Quabales. "É um grupo que representa um povo sofrido, do gueto. Eu quis chamar um grupo que trouxesse crianças, um trabalho social que fosse rejuvenescer a percussão e a música da Bahia. Tem um pouco de funk, samba e trazem um frescor de um grupo novo, percussivo para refrescar o axé, anunciando o futuro de uma cidade que produz música criativa."
A cantora chegou ao circuito acompanha da esposa, Malu Verçosa, e da filha.
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