Ano Santo termina, mas obras de misericórdia continuam; padre Márcio Padro explica como viver a misericórdia no dia a dia
Jéssica Marçal
Da Redação
Da Redação
O Ano da Misericórdia termina neste domingo, 20, mas o convite a continuar a vivência da misericórdia continua. A proposta do Papa Francisco foi apenas despertar a temática da misericórdia para que os fiéis pudessem experimentá-la e vivenciá-la em seu cotidiano.
A proclamação desse Jubileu foi inesperada, tendo em vista que, normalmente, os jubileus acontecem a cada 25 anos e o último foi no ano 2000, ou seja, a Igreja só viveria outro jubileu em 2025. Esse foi um Ano Santo extraordinário, em que o Papa Francisco deixou claro o que é a misericórdia de Deus, explica o vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias em Cachoeira Paulista (SP), padre Márcio Prado.
“As catequeses do Papa, os seus ensinamentos, as obras de misericórdia que ele pôde realizar foi esse grande sinal que pôde fazer com que essa misericórdia fosse mais visualizada. Então os ensinamentos que ele pôde nos dar tocaram realmente isso, não ficou só no discurso muito distante, mas se aproximou sim do fiel para tocar, para escutar essa misericórdia e com certeza sensibilizou para poder praticar a misericórdia”.
As Sextas-feiras da Misericórdia foram um exemplo concreto dado pelo Papa Francisco nesse Ano Santo. Ele não só falou de misericórdia, mas a praticou, o que tem um peso enorme para os fiéis, afirma padre Márcio. O sacerdote destaca que, com essas atitudes, o Papa imita Jesus, uma vez que as obras de misericórdia já existiam há muito tempo.
“O Papa realiza muitas outras obras que não aparecem; ele já realizava isso quando ele era arcebispo lá em Buenos Aires. Ao se tornar Papa e ao proclamar o Ano Santo da Misericórdia, quando ele realizava esses atos não eram atos simplesmente de publicidade, porque está dentro dele isso, aliás, deve estar dentro de cada cristão, de cada filho de Deus poder exercitar obras de misericórdia”.
Padre Márcio destaca ainda que o Papa fez coisas simples, mas que todo cristão é chamado a fazer. Agora que o Ano Santo termina, uma forma de dar continuidade a isso é, em plano teórico, estudar sobre misericórdia, tarefa que pode ser auxiliada a partir de consultas às catequeses e homilias do Papa Francisco ao longo do Ano.
Em termos concretos, o sacerdote indica elencar algumas obras que podem ser feitas. “ ‘Puxa vida, eu nunca visitei um preso’. Eu vou lá colocar na minha listinha ‘visitar um preso’, ou visitar um doente, ou dar de comer a quem tem fome. Que não sejam atos isolados, mas que daqui pra frente cada um de nós, cada fiel, cada filho de Deus possa realmente praticar isso e, aliás, deveria até ser natural em nós cristãos visitar alguém que está doente, visitar o preso, porque o Cristo também foi preso, os apóstolos também foram presos, então é uma maneira de, concretamente, visitar o Cristo ali, de dar assistência ao necessitado assistindo o Cristo naquele necessitado, naquele pobre, dando o perdão a quem necessita”.
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