A AstraZeneca disse nesta segunda-feira que sua vacina contra Covid-19 pode ser 90% eficiente, dando à luta do mundo contra a pandemia global uma terceira arma nova que pode ser mais barata para fabricar, mais fácil de distribuir e mais rápida de produzir em escala do que as rivais.
A farmacêutica britânica disse que terá até 200 milhões de doses até o final de 2020, cerca de quatro vez mais do que a concorrente norte-americana, Pfizer Inc.
Setecentos milhões de doses poderiam estar disponíveis para todo o globo no final do primeiro trimestre de 2021.
"Isto significa que temos uma vacina para o mundo", disse Andrew Pollard, diretor do grupo de vacinas da Universidade Oxford, que desenvolveu o medicamento.
A vacina preveniu, em média, 70% dos casos de Covid-19 em testes de estágio avançado no Reino Unido e no Brasil. A taxa de sucesso subiu para 90% quando a vacina foi administrada em meia dose seguida por uma dose inteira. A eficácia foi de 62% quando a dose inteira foi dada duas vezes, como ocorreu com a maioria dos participantes do estudo.
Nenhuma ocorrência de segurança grave foi confirmada, disse a empresa, mas poucos dados de segurança foram fornecidos.
As ações da AstraZeneca caíram quase 4%, já que os investidores consideraram os dados de eficácia menos impressionantes do que os de vacinas rivais, e pode levar mais tempo para o produto obter aprovação regulatória nos Estados Unidos. Pfizer e Moderna, que relataram que suas vacinas mostraram cerca de 95% de eficácia na prevenção da doença, estabeleceram um padrão de sucesso alto.
Mas a vacina da AstraZeneca tem vantagens.
Seu custo para governos seria de alguns dólares por unidade, uma fração do preço das vacinas da Pfizer e da Moderna, que usam uma tecnologia nova e mais complexa.
Ela também pode ser transportada e armazenada em temperaturas normais de geladeira, o que seus defensores dizem que facilita sua distribuição --especialmente em países pobres-- em relação a da Pfizer, que precisa ser transportada e armazenada a -70 graus Celsius.
O índice de 90% de eficácia foi um acidente feliz, admitiu a AstraZeneca, observando que ele resultou de um erro de dosagem durante os testes. O regime de meia dose permitirá que a empresa solicite uma aprovação com base em uma eficácia bem acima de 62%, que mesmo assim bastaria para uma aprovação regulatória com base em discussões anteriores.
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