Nem todos compreendem que masturbação é pecado
A masturbação é um assunto polêmico devido à proliferação da promiscuidade, que vem pelos meios de comunicação e incentiva os jovens e o povo em geral. Hoje, tudo passa a ser “normal”, sem culpa nenhuma. Perdeu-se a noção de pecado. Por outro lado, médicos e psicólogos sem conhecimento de causa dizem que é “normal” a prática da masturbação, sem sequer pensarem nos danos morais e psicológicos causados na vida das pessoas.
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
“Por masturbação entende-se a excitação voluntária dos órgão genitais, para daí retirar um prazer venéreo. «Na linha duma tradição constante, tanto o Magistério da Igreja como o sentido moral dos fiéis têm afirmado sem hesitação que a masturbação é um acto intrínseca e gravemente desordenado». «Seja qual for o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das normais relações conjugais contradiz a finalidade da mesma». O prazer sexual é ali procurado fora da «relação sexual requerida pela ordem moral, que é aquela que realiza, no contexto dum amor verdadeiro, o sentido integral da doação mútua e da procriação humana» (101).
Para formar um juízo justo sobre a responsabilidade moral dos sujeitos, e para orientar a ação pastoral, deverá ter-se em conta a imaturidade afetiva, a força de hábitos contraídos, o estado de angústia e outros factores psíquicos ou sociais que podem atenuar, ou até reduzir ao mínimo, a culpabilidade moral.” (Catecismo da Igreja Católica – CIC 2352)
Danos psicológicos
Não podemos fechar os olhos para a masturbação, pois ela, muitas vezes, pode causar danos psicológicos, patológicos ou compulsão sexual, levando quem a pratica a fechar-se em si mesmo como fuga, podendo assim usar esse meio como válvula de escape para fugir dos problemas e das tensões. Muitas vezes, os relacionamentos afetivos mal resolvidos podem levar à prática da masturbação pela falta de amor de pai e mãe, de abusos sexuais, fobias etc. Isso quer dizer que, em muitos casos, é necessária a ajuda psicológica para que se consiga abandonar o vício.
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Sintoma de um desajuste mais profundo
Os próprios psicólogos não deixam de apontar os perigos inerentes à masturbação, os quais se manifestam com relativa facilidade quando essa se converte em um hábito adquirido. O risco de permanecer em um estágio narcisista, com a excessiva genitalização do sexo, com sua utilização como uma droga para escapar a outros compromissos ou convertê-lo em analgésico para encobrir outros problemas, são as consequências apontadas com maior frequência por esses profissionais, mesmo quando ela não se apresenta como sintoma de um desajuste mais profundo (fonte: www.cleofas.com.br).
Rapazes, moças e pessoas de outras faixas etárias também iniciam uma prática masturbatória como tentativa de explorar o próprio corpo e suas reações, para reagir a uma certa tensão ou como fechamento autossuficiente dentro de si, diante do esforço de algumas relações; há também a busca de gratificação, a tentativa de reagir a um insucesso ou como expressão do seu poder sobre o próprio corpo. Como vemos, podem ser, e são realmente, muitas as motivações do gesto masturbatório, nem sempre tão ligadas à busca do prazer genital-sexual. Aliás, o ato é, muitas vezes, seguido de uma sensação desagradável e sofrida, e certamente não resolve nenhum problema.
Várias formas de masturbação
“Não obstante, tal gesto pode se tornar hábito e resistir muito à tentativa da pessoa de se libertar dele. Ao contrário, instaura-se nela uma tendência a se fechar em si mesma e a não buscar soluções mais adultas para os problemas dos quais nasce o impulso. Finalmente, não existe masturbação apenas física, mas também a intelectual e moral, ou até mesmo religiosa, como expressão de uma atitude egocêntrica ou narcisista, substancialmente, com um eu que gira perdidamente em torno de si mesmo, sem nunca se encontrar, porque a identidade nasce da relação e a positividade do eu vem do amor recebido” (Amadeo Cencini, ’Quando a carne é fraca’).
A masturbação repercute no crescimento integral da pessoa
É finalidade de uma autêntica educação sexual favorecer um progresso contínuo no domínio dos impulsos; para se abrir, no tempo oportuno, a um amor verdadeiro e oblativo. Um problema particularmente complexo e delicado que se pode apresentar é o da masturbação e das suas repercussões no crescimento integral da pessoa.
A masturbação, conforme a Doutrina Católica, constitui uma grave desordem moral, principalmente porque é uso da faculdade sexual numa maneira que contradiz essencialmente a sua finalidade, não estando ao serviço do amor e da vida conforme o plano de Deus.
Sintomas de problemas muito mais profundos
Um educador e conselheiro perspicaz deve esforçar-se por individualizar as causas do desvio, para ajudar o adolescente a superar a imaturidade que está por baixo desse hábito. Do ponto de vista educativo, é preciso lembrar que a masturbação e outras formas de autoerotismo são sintomas de problemas muito mais profundos, os quais provocam uma tensão sexual, a qual o sujeito procura superar recorrendo a tal comportamento.
Como ajudar a sair do vício
“Esse fato exige também a necessidade de que a ação pedagógica seja orientada mais para as causas do que para a repressão direta do fenômeno. Mesmo tendo em consideração a gravidade objetiva da masturbação, use-se da cautela necessária na apreciação da responsabilidade subjetiva. Para ajudar o adolescente a sentir-se acolhido numa comunhão de caridade e arrancado da cela do próprio eu, o educador deverá tirar todo o drama do fato da masturbação e não diminuir a sua estima e benevolência para com o sujeito; deverá ajudá-lo a integrar-se socialmente, abrir-se e interessar-se pelos outros, para poder libertar-se desta forma de autoerotismo, encaminhando-se para o amor oblativo, próprio de uma afetividade madura; ao mesmo tempo o estimulará a recorrer aos meios indicados pela ascese cristã, como sendo a oração e os sacramentos e a empenhar-se nas obras de justiça e de caridade” (Sagrada Congregação para a Educação Católica, Orientações educativas sobre o amor humano – linhas gerais para uma educação sexual, 98-100).
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