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De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), em 2020 são estimados 65.840 novos casos de câncer de próstata no Brasil. A detecção precoce, porém, faz com que as chances de cura subam para 90%. Por isso a realização de exames periódicos é tão importante, como lembra a campanha Novembro Azul, idealizada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL).

Estes exames devem ser postos em prática quando o homem atinge a idade de 50 anos. “Se tiver histórico de câncer de próstata, mama ou cólon em parentes de primeiro grau, ou ainda se for afrodescendente, deverá iniciar aos 45 anos. Esse grupo tem maior chance de desenvolver o câncer de próstata”, explica Hamilton de Campos Zampolli, urologista e membro do comitê científico do LAL.

Apesar do número de diagnosticados com a doença ser alto, o médico urologista afirma que tem sentido uma sensível conscientização na quantidade de homens que têm procurado assistência médica nos últimos anos. “Nos últimos 10 anos houve uma maior conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e uma tendência clara em desmistificar o exame de toque para avaliação da próstata. Assim como no consultório privado, percebo uma maior busca por avaliação prostática inclusive nos pacientes do SUS e do Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho”, diz.

O que fazer?

A partir da descoberta ou desconfiança da presença do câncer de próstata, deve-se iniciar o tratamento — que dependerá da agressividade do câncer e de uma série de outros fatores. “Precisa-se avaliar o estadiamento clínico (até onde a doença se estende), bem como da idade do paciente, comorbidades e expectativa de vida do mesmo. Os tratamentos oferecidos para doenças iniciais, confinadas à próstata, e considerando os parâmetros previamente mencionados, vão desde a vigilância ativa, prostatectomia radical [cirurgia em que se remove a próstata, as vesículas seminais e eventualmente os gânglios linfáticos pélvicos, que pode ser realizada por via aberta, laparoscópica pura ou com assistência robótica] e radioterapia associada ou não a bloqueio hormonal. Para as doenças localmente avançadas, cirurgia ou radioterapia associada até bloqueios hormonais podem ser as opções”, detalha Zampolli.

A medicina contemporânea ainda oferece diversas outras opções, segundo o médico urologista. Estas, no entanto, ainda não têm comprovação de eficiência absoluta no combate à doença. “Tratamentos ablativos focais como HIFU, Crioterapia e terapia fotodinâmica não devem ser indicados em um cenário clínico. No presente momento, há muitas dúvidas sobre o benefício desses tratamentos e suas complicações a curto, médio e longo prazo. Não há dados robustos de literatura que permitam indicar essas alternativas aos pacientes fora de um protocolo de pesquisa”, pondera.

Uma vida regrada

Alimentação saudável, combate ao sobrepeso, exercícios físicos regulares são imprescindíveis para que diversas doença sejam combatidas — entre elas, o câncer de próstata. “Hábitos saudáveis evitando sobrepeso, não fumar, manter atividade física regular, dieta equilibrada e variada com a diminuição de consumo de gorduras animais são benéficos para uma vida melhor e saudável, diminuindo o risco de diversas doenças”, assegura Zampolli.

Um detalhe importante deve ser lembrado quando se trata do câncer de próstata: o fator genético. “O câncer tem um componente genético preponderante, e, mesmo pessoas muito saudáveis poderão desenvolvê-lo”, adverte.

Carga hereditária

E foi este pequeno detalhe genético que acendeu a luz vermelha para Luiz Fernando Cendreti. “Meu pai teve o câncer de próstata, mas quando foi descoberto já estava bem avançado e ele acabou falecendo”, recorda Cendreti. “Desde então, sempre fiquei atento e passei a fazer exames periódicos. E os resultados da minha dosagem de PSA [Antígeno Prostático Específico, enzima que é detectada por meio de um exame de sangue] começou a aumentar de 2 para 3, e há uns quatro anos chegou a 6”, recorda.

Os sinais eram cada vez mais claros de que provavelmente Cendreti tinha câncer de próstata. A boa notícia é que, como estava em seus estágios iniciais, as chances de se livrar da doença eram maiores. “O oncologista disse que poderíamos fazer uma radioterapia, mas o ideal seria a retirada da próstata. Fiz esta cirurgia. Há três anos tenho feito os exames que estão normais, embora tenha que esperar cinco anos para ter certeza de que estarei curado. Mas tenho fé em Deus que estarei”, diz de forma otimista.

Por isso, como lembra o urologista Zampolli, os exames são imprescindíveis para combater a doença. “Cerca de 25% dos cânceres de próstata têm PSA normal. PSA é específico de próstata, mas não de câncer. Assim, o rastreamento deve incluir o toque e o PSA. Se os dois exames não forem suspeitos, a chance de câncer é insignificante”, finaliza.


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