Cerca de 1,5 mil catadores de latinhas e outros materiais recicláveis estão trabalhando com segurança e garantindo um preço melhor por sua produção durante o Carnaval de Salvador. Por meio do Projeto Eco Folia Solidária, os trabalhadores têm garantida a venda da coleta por um preço justo, evitando atravessadores. Os catadores também recebem o kit-catador, que inclui dois conjuntos de farda, um par de luvas, botas e um protetor auricular, além de três refeições diárias.
A iniciativa do Complexo Cooperativo de Reciclagem da Bahia (CCRB), executado pela Cooperativa de Coleta Seletiva, Processamento de Plástico e Proteção Ambiental (Camapet), tem o patrocínio de cerca de R$ 900 mil do Governo do Estado, por meio do programa Vida Melhor Urbano, da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), e do apoio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).
Dignidade e economia popular
Para o secretário da SJDHDS, Geraldo Reis, o projeto tem legitimidade por cuidar de um segmento social bastante vulnerável. "Não é uma mera filantropia, é uma política de construção de uma base para a economia popular, já que, além dos catadores, há as cooperativas de cozinheiras e costureiras, que fazem o almoço e os fardamentos distribuídos".
Geraldo Reis diz que o Governo do Estado está se esforçando para tornar a função que era exercida em condições indignas e sub-humanas em uma atividade econômica e digna. "Esta ação se completa com outras atividades da SJDHDS, como as campanhas de combate ao trabalho infantil e à exploração sexual".
Trabalho decente
O secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Álvaro Gomes, avalia que o projeto é um estímulo ao trabalho decente. "Este exemplo vem sendo implementado há 12 anos e tem uma importância muito grande. Precisamos fazer com que estes trabalhadores que sempre estiveram na invisibilidade sejam reconhecidos pela sociedade. O trabalho deles é tão importante quanto qualquer outro e precisa ser valorizado, por isso estamos estudando como estimular este tipo de atividade durante todo o ano e não apenas durante o Carnaval".
Álvaro Gomes afirma que outro ponto importante é a preservação da saúde dos catadores. "Eles recebem uma alimentação saudável, feita dentro das normas de higiene, elaborada por nutricionistas e, além disso, os trabalhadores também têm os equipamentos de segurança. Com isso, eles têm a saúde preservada e também a população, pois todo este material está saindo do meio ambiente para ser reciclado".
Centrais de coleta
O projeto conta com centrais de coleta no Politeama, na Barra, na Ladeira da Montanha e no 2 de Julho, cada uma equipada com computadores, balanças e prensas, oferecendo condições adequadas para o recebimento dos recicláveis e atendimento aos catadores. Os materiais recicláveis são triados, prensados e armazenados. Entre a noite de quinta-feira (12) e o domingo (15), foram coletados 40 toneladas de materiais recicláveis.
No ano passado, foram recolhidos mais de 70 toneladas de resíduos sólidos e líquidos, e foram beneficiados 1.104 catadores. A meta de 2015 é coletar 73 toneladas de resíduos, para evitar que os mesmos acabem indo para mares, rios e córregos, preservando assim o meio ambiente.
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