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Desastre de Brumadinho completa 1 mês; país tem 769 barragens de mineração




25.fev.2019 (segunda-feira) - 5h50
atualizado: 25.fev.2019 (segunda-feira) - 14h11

O rompimento da barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), completa 1 mês nesta 2ª feira (25.fev.2019). O desastre matou ao menos 179 pessoas –outras 131 estão desaparecidas.

A barragem da Vale era do tipo “a montante”, considerada mais barata e insegura. Após o desabamento, a ANM (Agência Nacional da Mineração) determinou a eliminação desse tipo de empreendimento até 2021.

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Há pelo menos 88 barragens do tipo a montante na lista de barragens divulgada pela ANM . Quarenta e três delas são de alto potencial, ou seja, com alto nível de impacto econômico, social e ambiental. Eis 1 gráfico sobre a distribuição dos tipos de barragens de mineração do país:



De acordo com dados da agência de janeiro, o Brasil tem 769 barragens, das quais 425 estão inseridas na PNSB (Política de Nacional de Segurança de Barragens)– ou seja, que são gerenciadas pela ANM. Duzentas e dezenove delas ficam no Estado de Minas Gerais.




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Segundo a ANM, há ainda 3.628 barragens de hidrelétricas no país. O Estado do Rio Grande do Sul lidera a lista, com 1.239 empreendimentos do tipo. Minas aparece em 2º, com 342.

CONSEQUÊNCIAS DE BRUMADINHO
Uma pesquisa realizada pelo SOS Mata Atlântica analisou uma extensão de 305 quilômetros do Rio Paraopeba e constatou ausência de água em condições de uso. O curso foi contaminado pelo rompimento da barragem de Brumadinho em 25 de janeiro.

Segundo a pesquisa, o trecho de expedição foi “desde a região de Córrego do Feijão, onde os rejeitos encontraram o Rio Paraopeba, até o reservatório de Retiro Baixo, em Felixlândia (MG)”.

A análise foi realizada ao longo de 10 dias pela especialista em água Malu Ribeiro, pelo advogado e consultor Marcelo Naufal e pelo biólogo e educador ambiental Tiago Felix. Eles percorreram mais de 2.000 quilômetros por rodovias federais, estaduais, estradas rurais, desvios, fazendas e comunidades, perseguindo o leito do rio no curso da degradação provocada pela Vale.

“Fomos super bem acolhidos pelas comunidades, desde ribeirinhos, pescadores que perderam seus peixes, quilombolas sem água para suas roças, produtores rurais, passando por técnicos de órgãos gestores, membros de Comitês de Bacias e toda essa gente que ama o Rio Paraopeba”, afirmou Malu Ribeiro.

O relatório completo será divulgado em 27 de fevereiro.

Segundo dados da SOS Mata Atlântica/INPE/MapBiomas:

houve uma perda de 112 hectares de florestas nativas;
o Paraopeba está indisponível para qualquer tipo de uso;
o rejeito contaminado deixa toda a extensão do rio (546,5 km, área de 12.054,25 km²) desde nascentes até o curso, com vazões interrompidas em alguns trechos e com variações ao longo de toda a bacia hidrográfica.

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