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Diálogo entre pais e filhos sobre sexo e drogas ainda é tabu em pleno século 21

 

A iniciação sexual e os cuidados para evitar uma gravidez indesejada ou a contaminação por alguma doença sexualmente transmissível foram alguns dos itens avaliados pela Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (Pense) 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, que ouviu estudantes de 13 a 17 anos, 32,5% dos entrevistados no Distrito Federal já tiveram relações sexuais entre 13 e 17 anos. Destes, 61,8% afirmaram ter utilizado preservativos ao perder a virgindade.

Os dados também revelam o número elevado de adolescentes que recorrem à pílula do dia seguinte para evitar uma gravidez indesejada. Segundo a mostra, 44,6% das jovens fizeram uso do contraceptivo na última relação sexual. O consumo da pílula dispara o alerta de que os jovens não estão se prevenindo adequadamente, tornando-se expostos a outras doenças, como o HPV.

Pioneiro na imunização anti-HPV, o Distrito Federal ficou entre as quatro unidades da federação que menos vacinaram estudantes do sexo masculino, com apenas 44,1%. Número que destoa da boa colocação entre as adolescentes, com 80,8% de estudantes imunizadas.

A Secretaria de Saúde do DF afirma que adotou a imunização antes mesmo de ser incluída no calendário nacional e que realiza ações constantes de conscientização. “A pasta sempre faz a divulgação a respeito da importância da vacina em seu site e nas redes sociais. Os índices de vacinação são atingidos de acordo com a procura da população pelo imunizante”, explica. Destinada a meninas entre 9 e 14 anos, e meninos entre 11 e 14 anos, a vacina é administrada em duas doses, com intervalo de seis meses.

Na avaliação de Cláudia Dias*, 17, estudante do 3º ano do ensino médio e moradora de Samambaia, falta um diálogo mais aberto sobre questões relacionadas à sexualidade. “Muitas pessoas têm preconceito na hora de falar sobre sexo, mas é um tema importante, que deve ser debatido”. Vacinada contra o HPV em uma campanha desenvolvida pela escola, Cláudia confessa que a pauta é pouco abordada entre os meninos. “Falam muito sobre vacinar as meninas, mas os meninos, eu não vejo tanto”, observa.

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