O Senado Federal deve acatar na próxima semana uma comissão temporária externa para articular o combate a crise hídrica que o país enfrenta. A Comissão foi uma iniciativa do Líder da Minoria, Senador Jean Paul Prates (PT-RN), e do senador Jaques Wagner (PT-BA).
A composição da comissão foi lida nessa quinta-feira (16), pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O senador baiano Angelo Coronel será um dos titulares, representando o bloco do PSD, enquanto Jaques Wagner será suplente do PT na comissão que funcionará nos mesmos moldes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, e será representada no total por 12 parlamentares. Nem todos os cargos foram preenchidos ainda, porém, a medida é um dos passos necessários para que o colegiado seja efetivado.
“O Senado é a casa dos estados e tem a obrigação de acompanhar de perto as medidas a serem tomadas pelo governo. Temos, claramente, um problema de gestão do sistema nacional de geração de energia elétrica. As restrições ao uso das águas dos nossos reservatórios têm impactos no abastecimento público, na agricultura, na indústria, na mineração, na pesca e até no turismo”, pontuou Jean Paul Prates.
A pretensão é que a comissão tenha duração de 180 dias e investigue causas e efeitos da crise energética, além de propor soluções que garantam segurança energética e tarifas acessíveis aos usuários do Sistema Elétrico Brasileiro.
“Nós vamos verificar se o governo deliberadamente deixou as hidrelétricas baixarem ao ponto que ficou muito caro acionar as outras alternativas ou se simplesmente negligenciou, não sabia o que estava fazendo”, explica o Líder da Minoria.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) já autorizou o aumento da tarifa da chamada “bandeira vermelha 2” em 52%, o que representará um impacto médio estimado de 5% na conta de luz e de 0,2% na inflação.
O país vive uma crise hídrica que vem sendo apontada como algo de proporções históricas, e os impactos são sentidos diretamente pelo consumidor.
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