Cinco anos após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana-MG, nenhuma das ações reparatórias esperadas foi concluída, de acordo com procuradores integrantes da Força-Tarefa Rio Doce do Ministério Público Federal (MPF). Até então, ninguém foi punido pelo desastre que causou a morte de 19 pessoas. O caso aconteceu no dia 5 de novembro de 2015.
Das 21 pessoas que tinham sido denunciadas em 2016 pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo crime de homicídio qualificado com dolo eventual, cinco continuam respondendo a processo na Justiça Federal. Porém, atualmente, elas respondem aos crimes de inundação e desmoronamento seguidos de morte, além de delitos ambientais. O crime de homicídio foi retirado do processo em 2019. Vale, BHP Biliton e Samarco são rés neste processo.
“O desastre que arrasou não apenas Mariana, mas toda a bacia do Rio Doce, uma área equivalente a Portugal, continua aqui. Cinco anos depois, nada está concluído, tudo está por fazer”, diz a Procuradora da República e coordenadora da Força-Tarefa Rio Doce, Silmara Goulart.
“Nenhum, absolutamente nenhum grupo de atingidos, sejam eles agricultores, lavadeiras, artesão, pescadores, pequenos comerciantes, foi integralmente indenizado. O meio ambiente também não foi integralmente recuperado. Sequer o município de Bento Rodrigues, símbolo do desastre, foi reconstruído”, acrescenta Silmara, que participou ontem (29) de coletiva de imprensa para tratar das ações que foram feitas desde o desastre.
O desastre despejou mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos
no rio Gualaxo do Norte, em Mariana. O montante desaguou no rio Doce e
seguiu até a foz, no mar de Regência, no litoral capixaba. Além das
mortes, a lama causou uma série de impactos ambientais, sociais e
econômicos, atingindo 39 municípios de Minas Gerais e Espírito Santo.
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