A mineradora Vale, dona da barragem que se rompeu em Brumadinho (MG), prometeu nesta segunda-feira (28) que irá fazer uma doação emergencial de R$ 100 mil para cada família de mortos ou desaparecidos na tragédia. Até o início da noite desta segunda, são 60 mortos e 292 pessoas ainda procuradas.
"É uma doação. Não tem nada a ver com indenização", afirmou Luciano Siani, diretor-executivo de finanças e relações com investidores da Vale, em entrevista concedida a jornalistas nesta segunda.
O diretor-executivo não soube precisar, no entanto, quantas famílias receberão o benefício, nem como será feito esse pagamento, nem se vai se restringir apenas a funcionários da Vale ou de empresas terceirizadas. Disse apenas que o valor será pago "imediatamente", a partir desta terça-feira (29).
Segundo Siani, a medida será tomada para remediar a "incerteza de curto prazo das famílias com relação ao sustento".
"A doação começa imediatamente. O número de pessoas desaparecidas vocês acompanham, varia a cada momento. O que importa é que quem estiver com familiares desaparecidos receberá os recursos prontamente", afirmou.
Além da doação emergencial, Siani anunciou outras três medidas que, segundo ele, serão adotadas pela Vale:
- A manutenção, por tempo indeterminado, do pagamento dos royalties da mineração ao município de Brumadinho;
- A construção de uma membrana de retenção, próximo à cidade de Pará de Minas, para evitar a chegada dos rejeitos ao rio Paraopeba;
- A contratação de uma equipe de psicólogos do Hospital Israelita Albert Einstein para atender as famílias das vítimas.
O pagamento dos royalties da mineração a Brumadinho, segundo Siani, será mantido por tempo indeterminado --mesmo sem a continuidade das atividades da Vale no município.
Segundo ele, mais de 60% da arrecadação do município, que em 2018 foi de aproximadamente R$ 140 milhões, diz respeito a esses impostos.
"São estimativas, o que importa é que vamos fazer a conta na ponta do lápis e pagar o que é devido a Brumadinho", disse.
Neste domingo, o prefeito de Brumadinho disse temer um colapso financeiro na cidade devido ao fim da atividade mineradora da Vale. "Somos uma cidade de mineração, que vive do minério. E isso vem, na maior parte, da Vale", disse.
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