O Vaticano divulgou nesta segunda-feira (15), que foi declarado
ilícito pelo Papa Francisco a prática de benção a relações ou uniões
homoafetivas. Um documento publicado no dia 22 de fevereiro pela
Congregação para a Doutrina da Fé resolveu uma dúvida suscitada em
alguns setores da Igreja após o Sínodo sobre a Família em relação ao
acolhimento de homossexuais.
De acordo com a nota, “em alguns âmbitos eclesiais, estão se
difundindo projetos e propostas de bênçãos para uniões de pessoas do
mesmo sexo”, no entanto, as bençãos só são compatíveis com aquilo que
seja “objetiva e positivamente ordenado a receber e a exprimir a graça”.
O Vaticano reconheceu que a prática é um desejo sincero de acolhida,
mas que não é apropriada. “A presença, em tais relações, de elementos
positivos, que em si são dignos de ser apreciados e valorizados, não é
porém capaz de torná-las honestas e, assim, um destinatário legítimo da
bênção eclesial, pois tais elementos se encontram a serviço de uma união
não ordenada ao desígnio do Criador”, afirma a nota.
Por outro lado, a Santa Sé destacou que é permitida a benção a
indivíduos com inclinação homossexual que manifestam a vontade de viver
de acordo com a doutrina da Igreja Católica. “A comunidade cristã e os
pastores são chamados a acolher com respeito e delicadeza as pessoas com
inclinação homossexual, sabendo encontrar as modalidades mais
adequadas, coerentes com o ensinamento eclesial, para anunciar a elas a
totalidade do Evangelho”.
Por fim, a nota ainda diz que a Igreja não deixa de abençoar “o ser
humano pecador”, mas não o pecado. “[Deus] aceita-nos como somos, mas
nunca nos deixa como somos”, pontua o Papa Francisco.