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Sentir a dor do outro é uma coisa muito complexa. Pense bem, alguém nesta vida consegue sentir a dor de uma mãe que perde seu filho? Talvez você me responda: outro alguém que também perdeu um filho. Mas não é a mesma coisa. Cada sentimento é único, cada ser humano é muito diferente do outro. Se não fosse assim teríamos impressões digitais idênticas. O máximo que podemos ter é comportamentos semelhantes, gostos iguais, desejos. A dor nunca. Mesmo que todos tenham a mesma dor física no braço, por exemplo, a intensidade dela é diferente para cada um.

Por isso, nunca diga: “Eu sei o que você está sentindo”, pois você não sabe. O que se pode afirmar é que “eu posso imaginar o que você deve estar sentindo neste momento, mas jamais terei em mim a dor que você sente”. O único que conseguiu isso, foi aquele que padeceu no madeiro, Aquele que foi acusado, julgado e condenado sem ter feito nada. Ou melhor, Ele fez. Nos ensinou a amar e por isso foi morto.

Que bom que nós temos a capacidade ou a autocapacidade de nos erguer, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Somos capazes de nos autocondenar, de ter o autorrespeito e o autossacrifício. O livre arbítrio nos dá a chance de escolher os caminhos a seguir. E por assim ser, procuramos no outro um motivo para justificar nossos erros, nos sentimentos autossuficientes e muitas vezes até imunes.

Escrevi este podcast de hoje para tentar descrever a dor dos que estão partindo, mas não consegui. E acredito que já disse por quê. Portanto, se você é daqueles que se sensibiliza e chora com a dor do outro, não pare. “Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que pranteiam”, é uma dádiva de Deus. “Não sejais arrogantes, mas adotai um comportamento humilde para com todos”, disse Paulo aos Romanos.

Lembre-se: os tempos são outros.

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