Um homem de 32 anos desenterrou o corpo da avó, uma idosa de 61 anos, na madrugada desta quinta-feira (2) em Manaus. Segundo informações da polícia, o neto quebrou o túmulo, retirou o corpo da sepultura, colocou nos ombros e saiu caminhando pela rua. Depois dele ser visto dançando com o cadáver no meio de uma via, a polícia informou que o homem queria levá-lo até o hospital para que pudesse doar os próprios órgãos e trazer a avó de volta à vida.
A idosa morreu em 2018 e estava enterrada no cemitério Morro da Liberdade, na Zona Sul da capital. De acordo com informações da 2ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), que atendeu a ocorrência, familiares informaram que o homem possui problemas psiquiátricos e costuma ir até o cemitério para conversar com a avó e outros parentes enterrados no local.
“Ele estava completamente transtornado e dizia o tempo todo que queria fazer na avó um transplante para trazê-la de volta à vida porque sentia muita saudade. Ele disse que iria doar todos os seus órgãos a ela”, afirma o tenente Paulo Araújo, da 2ª Cicom.
O G1 entrou em contato com a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), que administra o cemitério, mas não obteve retorno até a publicação deste material.
O rapaz caminhou do cemitério com a avó até uma área conhecida como Beco dos Pretos, no Centro de Manaus. Moradores da região avistaram o homem dançando abraçado ao cadáver e acionaram a polícia. Ele chegou a ser amarrado a um poste por moradores e familiares, para que pudesse ser contido.
Ainda de acordo com a Polícia Militar, testemunhas informaram que o homem já havia tentado retirar o cadáver da avó do cemitério em outras ocasiões.
“Recebemos o chamado e acionamos uma viatura. Ao chegar no local, o rapaz foi encontrado amarrado. O cadáver estava no chão. Familiares informaram que ele tem um laudo médico informando que ele tem transtornos mentais e ele tinha interesse em resgatar, além da avó, outros familiares”, contou.
O caso foi encaminhado ao 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP), mas o delegado plantonista, que preferiu não se identificar, disse que o homem não tinha condições de ser ouvido. Ele foi levado ao Pronto-Socorro 28 de Agosto para receber atendimento médico.
Assim que ele receber alta, deve retomar à delegacia para prestar depoimento. De acordo com o delegado, se comprovado o transtorno psiquiátrico, o homem não deve ser responsabilizado.
“Ele não é passível de responsabilidade penal porque um dos requisitos para isso é a culpabilidade. O indivíduo em questão não tem essa condição de receber uma sanção penal. Talvez receba uma medida de segurança”, disse.
Ainda segundo o delegado, o homem não possui passagem ou antecedentes criminais. A polícia informou que o corpo da idosa foi devolvido à sepultura.
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