Um fato inédito na saúde aconteceu esta semana em em São José do Rio Preto: um bebê com 33 semanas foi operado no útero da mãe para a correção de uma má formação congênita que o faria nascer com o intestino fora do abdômen. De acordo com o Estadão, a assessoria do Hospital da Criança e Maternidade (HCM) informou que o procedimento para corrigir a má formação, conhecida como gastrosquise, só era feito após o nascimento da criança.
O procedimento, denominado fetoscopia, foi realizado por uma equipe com médicos do HCM, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, Universidade de Taubaté (Unitau) e Hospital de Baia Blanca, da Argentina. A cirurgia durou 1h40. Foram feitas quatro pequenas incisões na barriga da mãe para a introdução dos instrumentos que permitem ver o interior do útero e corrigir a má formação. O intestino do bebê foi recolhido à cavidade abdominal e a parede muscular foi fechada.
O especialista em medicina fetal do HCM, Gustavo Henrique de Oliveira, informou que a técnica traz benefícios importantes para a saúde do futuro bebê e da mãe. “O primeiro é a segurança do procedimento, pois o feto é operado em ambiente o mais estéril possível, que é o útero materno. Com isso, o risco de infecção é extremamente reduzido", salientou.
Além disso, o bebê já nasce sadio, o que possibilita mamar de imediato no sei da genitora e ter alta em três ou quatro dias. Já o bebê que se submete à cirurgia após o nascimento tem as alças intestinais muito inflamadas, o que o impede de mamar e precisa permanecer, em média, 30 dias internado, recebendo nutrição parenteral. Só após esse período, ele pode ter contato com o seio materno. Só no Brasil, a cada 2 mil bebês, um nasce com essa má formação congênita.
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