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Mãe relata envenenamento da filha por substância usada em slime

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Uma mãe compartilhou em seu perfil no Facebook uma situação que ocorreu com sua filha, mas que serve de alerta para outros pais. Cris Pagano, mãe de Valentina, contou que a menina foi internada há uma semana com quadro de gastroenterite. No entanto, após uma profunda investigação, foi constatado que a criança, na verdade, teve um envenenamento por borax, componente usado para a produção de slime.



O slime é uma massinha colorida, com aspecto gosmento, que pode ser manuseada com as mãos. O brinquedo pode ser feito em casa e tem sido muito usado por crianças e adolescentes.

Em seu perfil no Facebook, Cris Pagano contou que Valentina foi internada há 8 dias. Ela disse que foi realizada uma bateria de exames na filha e que todos estavam dentro do normal. Somente uma tomografia mostrou um aumento nos linfonodos intestinais.



Mesmo medicada e tomando remédios contra enjoo, Valentina continuava piorando. Os médicos então diagnosticaram que ela teve um envenenamento por contato com bórax.

Perigos do bórax
O bórax é uma substância alcalina que pode ser encontrada em produtos de limpeza domésticos e em âmbito industrial. De acordo com a dermatologista Mariana Paschoaleto Badaró, a ingestão ou inalação da substância pode acarretar complicações como irritação no trato respiratório, náusea, vômitos e diarreias. E em contato com a pele, pode resultar em vermelhidão, prurido e dor.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o bóráx, ou Borato de Sódio pode ser facilmente comprado pela internet, em pó. Alguns anúncios, inclusive, expõe a substância como ativador de slime.

O slime é seguro?
Infelizmente, casos de intoxicação ou irritação na pele podem ocorrer com a produção de slime. No entanto, existem ingredientes mais seguros que podem ser usados na produção da geleca.



Os ingredientes que costumam compor o Slime são: cola, bicarbonato de sódio, espuma de barbear, sabão em pó e líquido e corantes. Existem diferentes tipos de receitas e nem todas usam os mesmos ingredientes, mas de forma geral esses são os itens usados para a produção do brinquedo.

Segundo o professor de Química da Universidade Presbiteriana Mackenzie Rogério Aparecido, também doutor em saúde pública, de forma geral não há problema em os materiais do slime terem contato com a pele da criança. No entanto, é importante se atentar à medida de cada um.



“O fato de ter cola requer atenção dos pais. Cola branca é feita à base de PVA e em contato com a pele pode causar irritação nos olhos e na pele. Da mesma forma, a espuma de barbear também pode causar irritação na pele e nos olhos”, explica Aparecido.

A dermatologista Mariana Paschoaleto Badaró alerta que é importante ter cuidado para que a brincadeira não prejudique a saúde da criança. “A pele das crianças ainda está em desenvolvimento e, portanto, elas são mais suscetíveis ao aparecimento de lesões inflamatórias e irritativas, por exemplo quando em contato com substâncias que podem ser usadas no slime”, ressalta.

De acordo com ela, é necessário que os pais fiquem atentos às crianças que têm atopia ou dermatite atópica. “A barreira cutânea e a pele nessas crianças são mais sensíveis. Com isso surge o eczema, que são pequenas placas vermelhas que coçam e causam sensação de ardor”. Segundo ela, os locais mais comuns em que se manifestam são as dobras dos braços e das pernas, mas também podem se manifestar ao redor dos olhos, na face e couro cabeludo.

Além dos ingredientes do slime, também é necessário prestar atenção ao contato da massinha com sujeira. Lembramos que o slime é gelatinoso e possui cola em sua composição – portanto, se cair no chão ou tiver contato com uma superfície suja, a poeira pode acabar grudando na superfície. Caso a criança não perceba e coloque o material em contato com boca ou olhos pode haver risco de contaminação.

Quem pode brincar com o slime
Mariana orienta aos pais que deixem as crianças brincarem com o slime somente após os seis anos. Também é válido evitar fazer slimes com componentes que a criança não entra em contato no dia a dia e preferir ingredientes hipoalergênicos e dermatologicamente testados.

Caso a criança já esteja envolvida com essa brincadeira, é fundamental orientar a lavagem das mãos com água pura em abundância e o uso de hidratantes para a pele das mãos após o contato com o slime, principalmente nas crianças que possuem dermatite atópica.

Caso a criança já esteja envolvida com essa brincadeira, é fundamental orientar a lavagem das mãos com água pura em abundância e o uso de hidratantes para a pele das mãos após o contato com o slime, principalmente nas crianças que possuem dermatite atópica.

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