Em Connecticut, nos Estados Unidos, um menino de 6 anos fez a
família acumular uma dívida de US$ 16 mil (o equivalente a R$ 80 mil) no
cartão de crédito após realizar uma série de compras em um jogo para
iPad. As informações são do jornal The New York Post .
De
acordo com a publicação, sem dinheiro para pagar o financiamento da
casa, a mãe da criança, Jessica Johnsson, entrou em contato com a Apple
para anular as cobranças, mas a empresa se negou a cancelar as compras
feitas pelo menino.
George pegou o iPad da mãe
para brincar com os jogos em julho. No entanto, o menino começou a
gastar desenfreadamente no jogo do Sonic, com os “anéis de ouro” para
desbloquear níveis e personagens.
Segundo o
jornal, as cobranças começaram a aparecer no cartão de crédito vinculado
ao iPad, e no dia 9 daquele mês já totalizavam US$ 2,5 mil. Porém,
Jessica disse que a origem das compras não era especificada nos débitos,
fazendo com que ela não desconfiasse do filho. Dessa maneira, George
continuou jogando e, ao final do mês, a dívida atingiu um total de US$
16 mil (R$ 80 mil).
Quando viu o valor
exorbitante, Jessica pensou que o cartão dela havia sido clonado e
entrou em contato com o banco. Após uma análise de três meses, foi
confirmado que as compras eram legítimas e o banco aconselhou a mulher a
entrar em contato com o suporte da Apple. A empresa, então, enviou uma
lista com detalhes de todas as transações feitas, comprovando que o
filho de 6 anos era o culpado pelos gastos.
No entanto, Jessica já havia perdido um prazo de 60 dias para
cancelamento da compra. “Não liguei em 60 dias porque Chase [o banco] me
disse que provavelmente era uma fraude, e que o PayPal e a Apple estão
envolvidas na maioria das acusações de fraude”, disse a mãe ao The New
York Post.
Jessica disse que a única empatia
que conseguiu no processo veio do próprio filho, que admitiu ser o
culpado, e, ingenuamente, se ofereceu para devolver o dinheiro. Na
esperança de convencer o suporte, a corretora de imóveis expôs a
situação financeira delicada que a família vive. “Minha renda diminuiu
80% neste ano”, disse a mãe à empresa, que não aprovou o cancelamento
das compras.
Culpada pelos gastos
De
acordo com Jessica, a Apple a culpa pelos gastos, dizendo que “há um
ambiente” que ela “deveria saber”. No entanto, as “práticas predatórias”
utilizadas pelas empresas nos jogos de celular são o principal
argumento da mãe para defender o gasto do filho de 6 anos. “Estou
chocada que isso seja possível até mesmo nesses jogos e que os
dispositivos da Apple não sejam pré-configurados para evitar isso”,
lamenta a mulher.
Caso a dívida não seja “cancelada”, Jessica não conseguirá pagar o
financiamento da casa dela. Além de ter sofrido um corte salarial por
conta da pandemia, o marido dela está desempregado e ela precisa
sustentar a família. “Talvez eu tenha que forçar esse garoto a me pagar
em 15 anos, quando ele conseguir seu primeiro emprego”, disse a mãe.
A
Apple, o banco Chase e a Sega, fabricante do Sonic Forces foram
procurados pela reportagem do jornal NY Post, mas, de acordo com eles,
não responderam.
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