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Doria anuncia indenização de R$ 100 mil a famílias de mortos em escola em Suzano

Doria anuncia indenização de R$ 100 mil a famílias de mortos em escola em Suzano

O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta quinta-feira (14) que pagará indenização de cerca de R$ 100 mil para cada uma das famílias das sete vítimas do ataque na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo.

Como os cinco alunos e as duas funcionárias estavam em uma escola estadual, suas famílias serão indenizadas pelo governo do estado em até 30 dias.

No entanto, caso optem por receber os R$ 100 mil, as famílias terão que assinar um documento se comprometendo a não acionar a Justiça para processar o governo do estado. Segundo Doria, essa possibilidade não pesou em sua decisão de indenizar.

"O governo do estado vai condicionar ao documento assinado pela família da vítima. Ao receber a indenização [a família terá que] abrir mão de qualquer processo indenizatório contra o estado de São Paulo. O compromisso do governo do estado é de que o pagamento será feito em 30 dias. Amanhã sai no Diário Oficial [do estado] as instruções, como proceder. Até 15 de abril o pagamento estará feito às famílias dos cinco jovens e das duas auxiliares de ensino", disse Doria.

"Evidentemente qualquer familiar pode tomar sua decisão. Não quer receber, prefere demandar o governo do estado, está no seu direito", concluiu o governador.

O governador disse ter tomado a decisão "independentemente de qualquer recurso judicial", e que as famílias poderão optar por não receber a indenização e acionar judicialmente o governo.

O vice-governador Rodrigo Garcia (DEM) disse que o decreto do governador é um reconhecimento da "responsabilidade civil" do governo e que um comitê executivo, coordenado pela Procuradoria-Geral do Estado, funcionará na delegacia regional de ensino de Suzano a partir desta sexta-feira (15) para lidar com o pagamento das indenizações.

A decisão de pagar a indenização foi adiantada pela coluna Monica Bergamo, da Folha.

O velório das sete vítimas está sendo realizado desde a manhã desta quinta-feira em um ginásio da cidade da Grande São Paulo. Milhares foram ao local prestar homenagens, formando uma grande fila do lado de fora. Alguns familiares chegaram a passar mal, sendo atendidos em ambulâncias

O massacre deixou ao menos oito mortos, incluindo o tio de um dos atiradores. Antes de irem à escola, Luiz Henrique de Castro e Guilherme Taucci Monteiro foram a um lava-jato, às 9h30, e atiraram no proprietário, que era tio de Guilherme e teria descoberto o plano da dupla. Eles, então, entraram em um carro alugado, um Onix branco que aparece em imagens de câmeras de vigilância.

Na sequência, os dois foram até o colégio, na mesma rua, onde chegaram por volta das 9h40. Um vídeo de câmera de segurança mostra que o primeiro a entrar foi Guilherme. Vestido de preto, usando um lenço com estampa de caveira e com uma mochila, ele sacou um revólver e começou a disparar em direção a um grupo de alunos e da coordenadora pedagógica, Marilena Ferreira Umezu, uma das vítimas. ?

O crime ocorre em meio ao debate sobre posse de armas e chama a atenção por ter sido cometido em dupla e longamente planejado. O presidente Jair Bolsonaro lamentou o atentado seis horas após ocorrido.

SEGURANÇA NAS ESCOLAS

Alocar policiais da reserva dentro das escolas será uma das iniciativas discutidas pelo secretário de Educação da gestão Doria (PSDB), Rossieli Soares, e pelo prefeito de Suzano Rodrigo Ashiuchi, para reforçar a segurança nos colégios das redes estadual e municipal.

A secretaria divulgou que faria uma revisão de procedimentos nos 5.300 colégios do estado de São Paulo.

“Temos em estudo a proposta de colocar alguns policiais em algumas escolas, não serão em todas”, afirmou o secretário na saída do velório coletivo de seis vítimas. Não respondeu, no entanto, se os policiais ficariam armados.

Ele listou outras ações que devem ser implementadas como instalação de sistemas eletrônicos de vigilância e barrar o acesso nos portões de entrada, principalmente nas escolas que têm indicadores de maior vulnerabilidade.

“Mas esta não é a mais efetiva ação para esse tipo de problema. Precisamos ir pro lado humano e discutir com os jovens. Precisa da família para ajudar a identificar o problema, para darmos suporte aos alunos que tenham sofrido de depressão ou bullying”, afirmou o secretário.
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