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 Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O open banking, ou sistema financeiro aberto, abre um leque de oportunidades de inovação e pode mudar a forma como o cliente se relaciona com o seu banco. O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou que a autoridade monetária ainda tenta prever como será a intermediação financeira do futuro.

Para o titular do BC, uma das possibilidades é a de acessar seu banco por meio da rede social ou que ocorra a fusão desses canais.

“Os dados produzidos são um ativo muito valioso, difícil de ser mensurado. Geram receita e não pagam imposto. Qual vai ser a intermediação financeira do futuro? Por qual canal? As pessoas vão entrar no banco via mídia social? Vão virar um canal só?”, perguntou em seminário do jornal Folha de S.Paulo sobre open banking nesta segunda-feira (28).

O presidente da autoridade monetária destacou a tendência de entrada de empresas de mídias sociais e big techs (grandes empresas de tecnologia) no mercado financeiro. “No Brasil temos o WhatsApp Pay e em outros países vemos movimentos parecidos. Há uma disputa no mercado de dados”, afirmou.

Campos Neto reiterou que o novo sistema dá mais poderes ao usuário sobre seus dados.

“Uma outra discussão é sobre como monetizar os dados, gerar dinheiro. A informação é muito relevante, grande parte do negócio é o quanto eu conheço meu cliente. Se eu conheço [o consumidor], posso oferecer produtos melhores, sob medida. Além disso, conheço o risco, posso apreçar melhor. Isso vai fazer com que os preços dos produtos caiam”, pontuou.

O presidente do BC disse que a tendência é de empoderamento do cliente em relação às suas informações.

“Esse movimento vai cada vez mais dando empoderamento para as pessoas. No futuro poderemos ter carteiras digitais. Em vez de colocarem dinheiro, poderão colocar seus dados e fazer negócio com eles”, ressaltou.

Segundo Campos Neto, a redução nos juros e tarifas, entretanto, não serão instantâneas.

“Tenho certeza que vamos continuar nesse movimento de queda da concentração e redução do spread [diferença entre a taxa de captação dos bancos e o que eles cobram em empréstimos]. O open banking em si tem um efeito mais a longo prazo. Em outros países mais avançados no novo sistema há frustração porque o custo não caiu tão rápido, mas vemos novos modelos de negócio”, disse.

“O open banking é um arcabouço muito grande. Vai ser difícil diferenciar o que causou o quê. Mas a gente já consegue ver uma descentralização, queda de spread e aumento de competição”, colocou.

Campos Neto considera o nome open banking obsoleto para o modelo brasileiro. Em um formato mais amplo, quando há produtos não bancários envolvidos, como seguros e investimentos, o sistema pode ser chamado de open finance.

“Com informação as instituições podem oferecer um produto sob medida, desenhado para as suas necessidades, e com inclusão. Vão surgir novos modelos de negócio com intensificação da concorrência. Os bancos tradicionais não vão encolher, pelo contrário, terão uma fatia menor de uma torta muito maior. O cliente poderá montar seu banco e a forma como faz intermediação financeira com bancos, fintechs e mídias sociais”, concluiu.

Com informações do Jornal Folha de São Paulo

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